Senadores do PT e do PSDB divergem sobre renúncia de Eduardo Azeredo
Ao comentar a renúncia do deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), alvo de ação que investiga o chamado mensalão tucano, senadores do PT e do PSDB trocaram acusações nesta quarta-feira (19). Petistas atribuem a renúncia a uma tentativa de escapar do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), mas companheiros de partido de Azeredo negam. O deputado renunciou ao mandato de pela manhã, por meio de uma carta entregue ao presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves.
De acordo com o Ministério Público, o esquema, ocorrido em 1998, teria desviado R$ 3,5 milhões do estado de Minas Gerais para a campanha de Azeredo, então governador e candidato à reeleição. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia ao STF contra o agora deputado, pedindo pena de 22 anos. Em valores atuais, o desvio chegaria a R$ 9,3 milhões.
- Entendo que o desejo do Brasil é que haja a investigação e a apuração sobre esse caso do mensalão mineiro da mesma maneira como foi tratado o PT. Essa renúncia do deputado é, na verdade, uma manobra para tirar do Supremo Tribunal Federal a possibilidade de fazer esse julgamento – disse o líder do PT, senador Humberto Costa (PE).
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), no entanto, não avalia que a renúncia possa o julgamento no STF, porque os procedimentos já foram iniciados. O senador diz ver outro motivo para a decisão do colega de partido.
- É uma decisão pessoal. Não houve pressão partidária, mas, certamente, ele levou em conta que sua presença no PSDB e na Câmara poderia aumentar o desgaste - disse o senador.
Os dois partidos trocam acusações sobre uma suposta tentativa de desviar o foco. Enquanto Humberto Costa diz que o PSDB quer evitar a atenção sobre o partido, Alvaro Dias afirma que o PT tenta tirar o foco do caso do mensalão.
Questionado sobre o efeito do mensalão tucano sobre a campanha eleitoral em 2014, Alvaro Dias admitiu que pode haver impactos e negou que o partido vá defender Azeredo.
- Creio que não. Cabe à Justiça julgar e a nós respeitar a decisão. O PT é que se julga acima das leis, acima do Poder Judiciário, acima do Supremo Tribunal Federal. Lamentavelmente, ele [o partido] está na [penitenciária] Papuda - disse.
Com informações da Agência Câmara
19/02/2014
Agência Senado
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