Senadores estranham envolvimento de Cruz Vermelha em denúncias e criticam 'terceirização' da saúde



O envolvimento da Cruz Vermelha Brasileira em denúncias de irregularidades atribuídas à gestão do Hospital do Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa (PB), surpreendeu aos senadores presentes à audiência pública realizada nesta quinta-feira (22), pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

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Os senadores Cyro Miranda (PSDB-GO) e Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB) foram os primeiros a manifestar esse estranhamento, já que a entidade atua em 186 países e funciona desde 1908 no Brasil.

- Essa terceirização dos serviços de saúde caminha para a perda de objeto da função do Estado. Na Paraíba, até o PSF [Programa de Saúde da Família] está sendo privatizado - comentou Vital do Rêgo Filho, que vai encaminhar requerimento de informações ao Ministério da Saúde para comprovar a legalidade desse tipo de contrato na saúde pública.

Autor do requerimento de debate, o senador Cícero Lucena (PSDB-PB), mostrou-se preocupado com a terceirização de atividades fins do Estado, o que poderia dar margem a contratações por via política, como observou. E comentou ainda que o gestor do Hospital do Trauma da Paraíba, o ginecologista Edmon Gomes da Silva Filho, vinculado à Cruz Vermelha Brasileira, teve bens bloqueados em ação judicial por supostos desvios praticados na Unimed no Rio de Janeiro.

Por fim, o senador Wilson Santiago (PMDB-PB) lamentou a ausência do secretário de saúde da Paraíba, Waldison Dias de Souza, para responder às acusações feitas ao gerenciamento do Hospital do Trauma da Paraíba. O governo da Paraíba não enviou outro representante para esclarecer essas denúncias.

Quem buscou suprir essa lacuna foi o assessor de planejamento da Cruz Vermelha Brasileira, Vitor Tadeu Ferreira. Ele disse que o médico Edmon Gomes da Silva Filho tem reputação ilibada e informou que a contratação dos seus serviços para gerir o Hospital do Trauma da Paraíba - prevista para durar seis meses - teria gerado uma economia mensal de R$ 3,8 milhões aos cofres públicos.



22/09/2011

Agência Senado


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