Senadores farão relatório com sugestões para rota de fuga em caso de acidente nuclear
Parlamentares avaliaram como positivas as condições de funcionamento e segurança das usinas nucleares de Angra 1 e 2 e das obras da usina de Angra 3 (previstas para conclusão em 2015). Seis senadores visitaram nesta sexta-feira (8) as instalações do complexo nuclear em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Eles conversaram com diretores e engenheiros e se disseram impressionados com o nível de segurança das instalações, sob os cuidados da Eletronuclear. Mas persistiram as preocupações que motivaram a visita.
- Os padrões de segurança da usina são muito rigorosos. É até bonito ver isto no país. Mas do portão para fora a preocupação é grande. Temos um problema concreto. Se houver um acidente [nuclear] e a BR-101 tiver que ser interditada, não existe um plano alternativo. E qualquer chuva já interdita a BR 101. É necessário ter um plano. Acho que não estamos preparados - afirmou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), referindo-se à rodovia Rio-Santos, que margeia a usina, entre a serra e o mar, e seria a única rota de fuga para a população.
Ele disse que a comissão - que também conversou com representantes de comunidades locais e com autoridades de municípios próximos à usina - preparará um relatório com sugestões e exigindo soluções por parte do governo federal.
O senador Cyro Miranda (PSDB-GO) reforçou as palavras de Lindbergh Farias.
- O complexo nuclear é extremamente seguro. Saio impressionado. O problema está da porta para fora. A BR 101 foi construída como alternativa para a Via Dutra [que liga São Paulo e Rio de Janeiro], mas agora tem um movimento intenso e vai margeando toda uma encosta. O PAC 2 deveria viabilizar um novo traçado para que não haja problema algum de escoamento das pessoas. Pois em caso de acidente, além das intempéries e de uma eventual crise nuclear, não haveria condições de escoamento - explicou.
Além de Lindbergh Farias e Cyro Miranda, participaram da visita os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP), Delcídio Amaral (PT-MS), Jorge Viana (PT-AC) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). A comissão externa foi criada a partir da crise nuclear vivida pelo Japão. Atingido no dia 11 de março por um fortíssimo terremoto, o país sofreu também com tsunamis, que comprometeram o funcionamento de alguns de seus complexos nucleares, como o de Fukushima e o de Onagawa. O país segue tentando controlar os problemas das usinas nucleares, onde ocorreram vazamentos radioativos.
Da Redação, com Celso Cavalcanti, da Rádio Senado
08/04/2011
Agência Senado
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