SENADORES LAMENTAM PERDA DE LUÍS EDUARDO MAGALHÃES



Um misto de surpresa e perda, assim os senadores explicaram seus sentimentos em relação à morte do jovem deputado e líder político Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), ocorrida ontem (dia 21), após um enfarte do miocárdio. O senador Júlio Campos (PFL-MT) lembrou que o deputado era parte do projeto do PFL para conquistar a presidência da República no ano de 2002, tendo Luís Eduardo como candidato.

- Agora, temos que repensar o nosso partido. Parte da nossa caminhada foi com base no nosso jovem líder. Em nome do Mato Grosso, externamos à família Magalhães nossos pêsames pela perda que o país sofre hoje - afirmou Júlio Campos.

Para o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o Brasil perdeu com o deputado Luís Eduardo Magalhães um exemplo de homem público, que tinha entre suas maiores qualidades a civilidade eo respeito. "Ele conseguiu granjear o respeito de todos os seus pares, inclusive entre nós, da oposição", disse.

Suplicy destacou sua dedicação à causa pública e interesse de construir uma nação em que os direitos humanos possam ser observados, com justiça. "Era uma pessoa afável, que se destacava pela clareza de pensamento e energia com que expunha suas idéias. Daí sua liderança dentro do PFL", declarou.

- Ele me disse que era a favor da proposta de renda mínima. Acho que o fato de o PFL ter publicado este ano o projeto social para o Brasil incluindo o projeto de renda mínima tem a ver com a manifestação favorável do deputado Luís Eduardo - disse Suplicy.

O senador externou seu pesar ao pai de Luís Eduardo, o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, ao povo baiano e ao PFL. "Gostaria que o país tivesse mais lideranças com suas qualidades pessoais. Não será fácil encontrar alguém para substituí-lo no que ele fazia", afirmou. Se a política fosse o futebol, comentou Suplicy, Luís Eduardo seria um craque.

Emocionado, o senador Josaphat Marinho (PFL-BA), foi sucinto ao comentar a morte do deputado Luís Eduardo Magalhães: "A perda de Luís Eduardo Magalhães é ainda mais sofrida por se tratar de uma liderança jovem, na fase em que ascendia na vida pública. Contava com a estima de coreligionários e adversários."

O senador Iris Rezende (PMDB-GO) deu o seguinte depoimento sobre o deputado: "Tive a oportunidade de observar que ele era muito mais do que se podia pensar. Era um líder que nasceu com o dom de coordenar e discutir, fazendo concessões nas horas certas, paciente, mas duro quando necessário", resumiu. Para Iris, basta observar as homenagens recebidas no hospital e no Senado para notar que políticos de todos os segmentos e regiões do país estão chorando a sua morte.

- As lideranças com quem ele conversava devem se empenhar no contexto político-administrativo do país para que a lacuna que ficou com sua morte não represente um grande desastre. Devemos consolar a sua família e fazer com que a nação sinta nesse esforço um alento frente a sua morte - declarou Iris.

O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) comparou a perda do deputado Luís Eduardo a de um dos melhores atacantes da seleção, às vésperas da Copa do Mundo. "A perda tonteia todo mundo, deixa a gente querendo pedir que o jogo seja suspenso. Creio ser esta a sensação do presidente Fernando Henrique", afirmou. O senador catarinense ressaltou que as características mais fortes de Luís Eduardo eram o diálogo e a intermediação.

- Na sua prática política, mais valiam duas horas de diálogo que cinco minutos de tiroteio - declarou Maldaner. Para ele, os políticos devem fazer uma reflexão sobre sua morte, sentir o caráter efêmero da vida. Depois, então, retomar os caminhos e seguir adiante. "Ninguém está livre disso, não importa a idade", disse.



22/04/1998

Agência Senado


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