Senadores manifestam solidariedade a Papaléo e pedem mudanças no Senado



Ao se defender, em discurso no Plenário nesta terça-feira (23), de denúncias publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) recebeu o apoio de vários senadores que, em apartes, também se manifestaram pela necessidade de mudanças no Senado.

Jefferson Praia (PDT-AM) chamou a atenção para a vida pública exemplar de Papaléo, a qual, em sua avaliação, seria suficiente para evitar uma perda de credibilidade junto à população de seu estado em razão de "denúncias infundadas". Flexa Ribeiro (PSDB-PA) considerou inadmissível que no Senado tenham sido publicados atos administrativos sem a devida publicidade, e defendeu a realização de uma reforma administrativa na Casa.

Mário Couto (PSDB-PA) lamentou a paralisação dos trabalhos do Senado pelas irregularidades cometidas pelos dois ex-diretores, Agaciel Maia e João Carlos Zoghbi. Alvaro Dias (PSDB-PR) cobrou providências mais rápidas por parte do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), para enfrentar a crise em que se encontra mergulhado o Senado.

Marisa Serrano (PSDB-MS) também concordou com Papaléo sobre a necessidade de modernização administrativa da Casa. Ela ainda considerou injusta a inclusão na lista dos parlamentares beneficiados com atos secretos, publicada pelo jornal, do nome do ex-senador Ramez Tebet. A senadora lamentou a inclusão tanto pelo fato de o parlamentar, falecido em 2006, não poder mais se defender, quanto pelo seu histórico de serviços prestados ao Mato Grosso do Sul.

Sérgio Guerra (PSDB-PE) endossou as suspeitas de Papaléo sobre a motivação do governo em manter a crise do Senado como foco principal de interesse da imprensa, como forma de desviar a atenção da CPI da Petrobras.

- Esse negócio da Petrobras é muito mais grave do que o que está acontecendo aqui. Forças muitos poderosas estão atuando para que os senadores não levem adiante a fiscalização da Petrobras - disse.

Cristovam Buarque (PDT-DF) informou que em um dos chamados atos secretos sua assessoria identificou a nomeação de uma pessoa para trabalhar na Comissão de Educação (CE) quando ele presidia o colegiado.

- O ato da nomeação dessa funcionária está publicado no Boletim Administrativo, então eu não entendo por que chamam de secreto. Na procura que nós fizemos, está publicado - afirmou Cristovam.

Eduardo Suplicy (PT-SP) leu nota enviada pelo colega Marcelo Crivella (PRB-RJ), rebatendo informações a seu respeito incluídas na lista publicada por O Estado de S. Paulo. No documento, o diretor-adjunto da Secretaria de Recursos Humanos do Senado, Evandro Luís Perisse, afirma que "Deborah Christine nunca foi servidora de cargo comissionado no Senado Federal, bem como Renato Lobão Ferreira nunca teve exercício" no gabinete de Crivella.

Já Lúcia Vânia (PSDB-GO) indagou quem teria entregado à imprensa a lista de supostos beneficiados pelos chamados atos secretos, na qual ela também foi citada. A senadora pediu ao 1º secretário da Casa, Heráclito Fortes (DEM-PI), explicações sobre o vazamento.Valdir Raupp (PMDB-RO), que também teve seu nome incluído na lista de supostos beneficiados por atos secretos, disse que, em sua opinião, o próximo alvo da imprensa será a verba indenizatória dos senadores.

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) pediu serenidade aos colegas para que possam enfrentar a atual crise no Senado. Ele disse que existem, sim, problemas na Casa, mas que as irregularidades não podem ser generalizadas a todos os senadores ou a todos os servidores.

- Vamos reconhecer que existiam erros, mas vamos reconhecer que existe exagero, manipulação e uma generalização indevida - disse Azeredo.



23/06/2009

Agência Senado


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