Senadores manifestam solidariedade a Arthur Virgílio; Wellington defende Sarney



Dez senadores apartearam o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) durante as três horas e meia em que ocupou a tribuna na tarde desta segunda-feira (29). A maioria manifestou solidariedade ao senador ante a reportagem da revista IstoÉ. Eles também voltaram a negar qualquer responsabilidade sobre a ausência de publicação dos chamados "atos secretos". Um dos senadores, Wellington Salgado (PMDB-MG), defendeu o senador José Sarney, sustentando que Arthur Virgílio fora injusto com o presidente do Senado.

Wellington Salgado disse que não se pode comparar as denúncias contra o ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi com a atuação do neto de Sarney, pois este fora autorizado legalmente pelo HSBC para atuar na intermediação de créditos bancários consignados de servidores da Casa. Lembrou que Zoghbi chegou a criar uma empresa em nome de uma ex-babá, sem o consentimento dela, para sua atuação junto ao Senado e que a empresa do neto do presidente da Casa era uma das cinco autorizadas a operar no Senado pelo HSBC.

O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), 1º secretário do Senado, ressaltou que as investigações do Senado estão adiantadas e a Casa já começa a tomar providências. Ele agradeceu as sugestões de Arthur Virgílio para dar mais transparência ao Senado.

Papaléo Paes (PSDB-AP) concordou com as sugestões de Arthur Virgílio para solucionar a crise e voltou a criticar a divulgação, pela imprensa, na semana passada, de uma lista com 37 senadores que teriam a ver com a chamada lista de "atos secretos" do Senado. Disse que quase todos já foram à tribuna afirmar que os atos que os envolviam nada tinham de secretos, sendo nomeações ou demissões corriqueiras de servidores de gabinete.

Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) leu parte dos atos que assinou quando estava na Presidência do Senado, todos eles, afirmou, publicados normalmente. Mesmo assim, seu nome foi incluído na lista dos senadores que tinham alguma coisa a ver com os "atos secretos". Garibaldi disse a Arthur Virgílio que pode contar com ele para que "tudo possa ser apurado" no Senado.

Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) disse que os únicos "atos secretos" que conhece são do Executivo, que alega razões de estado para baixá-los.

O senador Mário Couto (PSDB-PA) ressaltou que as pessoas que querem atingir Arthur Virgílio "investigaram de tudo e não encontraram nada" que o incriminasse. Marisa Serrano (PSDB-MS) observou que a estratégia do grupo "que não quer investigações" é o de "diluir a culpa de alguns para todos os 81 senadores", porque "assim ninguém pode ser responsabilizado".

Alvaro Dias (PSDB-PR) disse ver a mão do governo na crise do Senado, pois ela tira das manchetes dos jornais a CPI da Petrobras defendida pelas oposições. Ele acredita que o governo irá alongar a crise ao máximo para esfriar a CPI. Gilberto Goellner (DEM-MT) sugeriu que o Senado pare de discutir "assuntos administrativos" em Plenário, voltando a debater matérias importantes.

José Nery (PSOL-PA) informou ao Plenário que o seu partido irá protocolar no Senado nesta terça-feira (30), ao meio-dia, uma representação contra José Sarney no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

29/06/2009

Agência Senado


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