Senadores querem que CPI dos Sanguessugas convoque Lino Rossi
Os senadores Romeu Tuma (PFL-SP) e Demóstenes Torres (PFL-GO) vão apresentar requerimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas solicitando a convocação do deputado Lino Rossi (PP-MT) para que explique o empréstimo de um carro ao senador Magno Malta (PL-ES). A decisão foi anunciada em reunião do Conselho de Ética nesta terça-feira (6), porque Rossi não compareceu para depor como convidado no conselho.
- O Conselho de Ética não tem poder para convocar parlamentar, mas apenas convidar. Já uma comissão parlamentar de inquérito tem poder próprio de autoridade e pode convocar o deputado. Daí, nós podemos trazer a prova emprestada da CPI direto para cá - explicou Demóstenes.
Relator do processo disciplinar contra Magno Malta, Demóstenes anunciou ainda que solicitará também que Lino Rossi seja ouvido pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.
Para Tuma, o depoimento de Lino Rossi é importante não só para explicar a questão do empréstimo do carro, mas também para esclarecer seu próprio envolvimento com a máfia das ambulâncias.
- Temos vários parlamentares (acusados pela CPI Mista) pendurados na figura do Lino, porque ele é um dos principais elementos da infra-estrutura de toda essa quadrilha que se formou, pois teria sido um dos principais aliciadores de parlamentares no Congresso - afirmou Tuma, que também é corregedor do Senado.
Para o senador por São Paulo, se Rossi resolveu não comparecer espontaneamente para prestar esclarecimentos, não resta outra alternativa além de exigir a sua presença coercitivamente.
- Ele tem que vir preso e algemado para esclarecer todo o seu envolvimento e inclusive defender aqueles que dele dependeram nessa infra-estrutura - afirmou Tuma.
Magno Malta (PL-ES), Ney Suassuna (PMDB-PB), e Serys Slhassarenko (PT-MT) tiveram seus nomes incluídos no relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas por haver indícios ou provas de terem participado da chamada "máfia das ambulâncias. A quadrilha tinha por objetivo utilizar irregularmente recursos do Orçamento da União para a compra de ambulâncias para municípios com preços superfaturados.
Contra Magno Malta pesa uma suposta acusação da quadrilha de que teria recebido um Fiat Ducato como parte do pagamento para a elaboração de emendas ao Orçamento para beneficiar a Planam, empresa apontada como a principal organizadora do esquema de fraudes. Magno Malta se defende afirmando que o carro foi um empréstimo pessoal de Lino Rossi, que também está sendo investigado pela CPI dos Sanguessugas.
Em ofício enviado ao Conselho de Ética, Lino Rossi afirma que recebeu o carro por empréstimo de Darci José Vedoin, um dos donos da Planam, e que o emprestou a Magno Malta, que o devolveu depois de um ano e meio de uso. Rossi afirma ainda que não compareceria ao Conselho porque está ocupado com a elaboração da sua defesa perante o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, mas se coloca à disposição para os esclarecimentos que se fizerem necessários.06/09/2006
Agência Senado
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