Senadores se emocionam com lançamento de livro de Flávio Tavares



O talento de escritor, a invejável memória e a vocação para historiador do jornalista Flávio Tavares foram louvados nesta terça-feira (24) quando os presidentes do Senado e da Câmara, José Sarney e João Paulo Cunha, os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Amir Lando (Previdência Social), além de vários senadores e deputados, participaram do lançamento do livro O Dia em Getúlio Matou Allende, na Biblioteca do Senado.

O presidente do Senado disse que o jornalista está ligado à história do Parlamento, desde que chegou em Brasília, na década de 60, integrando o primeiro grupo de repórteres, quando Sarney era um deputado federal.

- Flávio Tavares estava ali como um dos mais destacados e brilhantes repórteres da área política. Antes de ser escritor, ele é um jornalista e é portanto o testemunho do jornalista que fundamenta sua obra de escritor de tanto sucesso.

Sarney disse ainda que Flávio Tavares permaneceu jornalista mesmo quando escreveu a memória da mais terrível experiência humana, “da tortura que sofreu nos subterrâneos brasileiros e uruguaios”. Disse também que, mesmo enfrentando a prisão e o exílio, o jornalista conseguiu sempre manter no exterior o seu vínculo com o Brasil.  

Emocionado ao elogiar o amigo, o senador Edison Lobão (PFL-MA) definiu o livro como um dos mais importantes lançamentos editoriais de 2004 e referência necessária para a análise dos períodos ali retratados. Trata-se, afirmou, de um trabalho que levanta muitos véus que encobriam episódios de grande importância histórica.

Lobão disse ainda que os leitores de O Dia em que Getúlio Matou Allende vão conhecer um livro sofrido, uma catarse necessária para aliviar Flávio Tavares dos tempos amargos, mas uma obra que o recompôs como um vencedor de batalhas passadas. O jornalista, acrescentou, se limitava a narrar os fatos, mas deles participava ativamente, oferecendo a ação pessoal, além da inteligência, nos episódios que o envolviam.

Flávio Tavares agradeceu as homenagens saudando José Dirceu e o deputado Ricardo Zaratini como companheiros de luta, prisão, exílio e clandestinidade. 

– Jornalista não faz discurso, conta fatos. E hoje só posso contar os fatos da minha emoção de estar convosco nesse dia dos 50 anos da morte do Getúlio Vargas, em função desse livro em que pretendi fazer uma alegoria tomando como eixo dois suicídios.

O jornalista se disse realizado por achar que a vida é um freqüente ressuscitar.

- E eu, nesse dia aqui, estou ressuscitando em Brasília como figura humana, como pessoa. Porque saí de Brasília preso, em 1967, num avião, com os punhos amarrados. Vim outras vezes a Brasília, mas hoje é meu primeiro grande regresso a essa cidade plural, onde podemos conviver, podemos nos desentender e podemos prosseguir todos até mesmo no desentendimento.

 

 



24/08/2004

Agência Senado


Artigos Relacionados


Mais de 30 senadores vão ao lançamento de livro sobre Mão Santa

Senadores participam de lançamento de livro de Václav Havel na Biblioteca do Senado

Cultura: Rua do Livro encerra programação do ano com lançamento de livro

Cultura: Rua do Livro encerra programação do ano com lançamento de livro

Flávio Arns e Fátima Cleide participam do lançamento da Conferência Nacional da Educação

Flávio Arns registra publicação de livro sobre protagonismo das pessoas com deficiência