SENADORES SE SOLIDARIZAM COM HELOÍSA HELENA
Senadores de todos os partidos representados no Senado fizeram apartes em solidariedade à líder do Bloco Oposição, senadora Heloísa Helena (PT-AL), e contra as insinuações publicadas pela revista IstoÉ de que ela teria recebido dinheiro do senador Luiz Estevão (PMDB-DF) para a campanha eleitoral de 1998.Na opinião do senador José Eduardo Dutra (PT-SE) a revista usou o artifício covarde de fazer uma acusação velada. Dutra disse ainda que a entrevista com Estevão deveria receber o carimbo de "Informe Publicitário", utilizado em matérias pagas. O senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse que ficou evidente a armadilha montada na forma como a pergunta foi feita pelo jornalista ao senador Luiz Estevão. Requião lembrou que projeto de sua autoria em tramitação na Câmara dos Deputados obriga a imprensa a conceder o direito de resposta rapidamente. Ele lembrou que essa não foi a primeira vez que a IstoÉ age dessa forma.O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), solidarizou-se com a senadora e também acusou a revista de ser reincidente em publicar acusações sem comprovação. Recentemente, IstoÉ publicou denúncia de que estaria havendo tráfico de cocaína no Senado. Antonio Carlos informou que já tomou providências para apurar o fato.O senador Tião Viana (PT-AC) disse que a imprensa tem agido como se todos os parlamentares tivessem o mesmo comportamento ético e que a atitude do jornalista agride a democracia. O senador Geraldo Cândido (PT-RJ) afirmou que os "enlameados não querem ficar sozinhos e, por isso, tentam arrastar os dignos com eles". Ele lembrou que "a calúnia sempre foi a arma dos canalhas". Para Cândido, o jornalista ou o "outro cidadão" devem se pronunciar publicamente sobre a questão.Para o senador Leomar Quintanilha (PPB-TO) não se pode tolerar a "forma sórdida" como a revista tratou a questão. O senador Antero de Barros (PSDB-MT) lamentou que isso ainda ocorra na imprensa brasileira.Mesmo sem ter lido a entrevista, o senador Amir Lando (PMDB-RO) defendeu a senadora e assinalou que quem tem honra tem o direito de se indignar. "A acusação não é clara, fica nas entrelinhas, sugere mas não declara", avaliou. A senadora Marluce Pinto (PMDB-RR) disse que também não leu a reportagem, mas deu razão à Heloísa Helena, lembrando que todos conhecem suas posições, sua luta e sua dignidade. "O povo de Alagoas vai ficar mais indignado do que Vossa Excelência com essa grande injustiça", resumiu.O senador Artur da Távola (PSDB-RJ) ressaltou a "santa ira" com que a senadora defende suas opiniões, mas fez ressalvas ao comportamento do PT quando acusa. Segundo ele, o "moralismo vingador" do partido gera acusações tão sérias quanto as que agora atingem Heloísa Helena. Távola disse que existe uma batalha entre imprensa e Congresso porque a imprensa tem força mas não tem poder e o Congresso tem poder mas não tem força. "A imprensa está fazendo, sem sangue, o que a ditadura fazia", avaliou o senador. Ele acredita que o episódio, por envolver uma pessoa como Heloísa Helena, pode fazer com que o parlamento seja melhor compreendido.Depois de elogiar o aparte de Artur da Távola, o senador José Alencar (PMDB-MG) ressaltou a qualidade do trabalho de Heloísa Helena (PT-AL). O senador Osmar Dias (PSDB-PR) testemunhou a retidão de caráter e a personalidade da senadora. O senador disse ainda que as palavras duras utilizadas por ela são ditas de acordo com o tamanho da indignação que se sente.O líder do PMDB, Jader Barbalho (PA), disse que a senadora pauta sua atividade parlamentar pela transparência. Segundo Jader, o entendimento de seu partido é de que Heloísa Helena foi envolvida gratuitamente na entrevista e, por isso, foi cometida uma injustiça. O líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF), também manifestou sua solidariedade a senadora petista.Alagoano como Heloísa, o senador Geraldo Lessa (PSDB) disse que a acusação é infame e injusta. Ele deu o testemunho de ter acompanhado a senadora por três eleições. "A sua campanha foi rica em votos e no poder de comunicação com o povo", afirmou. Salientando que a militância aguerrida da senadora é o seu melhor testemunho, o senador Paulo Hartung (PPS-ES) solidarizou-se com Heloísa Helena e afirmou que acompanha a trajetória da senadora desde o início do mandato. O senador Romeu Tuma (PFL-SP) elogiou a coerência de Heloísa Helena com os princípios assumidos ao traçar sua carreira política.
17/04/2000
Agência Senado
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