Senadores se solidarizam com Gerson Camata



O senador Gerson Camata (PMDB-ES) foi aparteado por dez senadores ao rebater, em discurso nesta segunda-feira, acusações que lhe foram feitas por um ex-funcionário, em matéria publicada pelo jornal O Globo. O presidente do Senado, José Sarney, deixou as atividades em seu gabinete para presidir a sessão e trazer palavras de apoio ao representante capixaba.

José Sarney disse que Camata foi vítima não de infâmias, mas de verdadeiros insultos. Disse que ele tem sido um senador dedicado, "que vai a fundo nas missões que lhe são entregues e que sempre teve o respeito de todos".

- Não será, sem dúvida, um episódio dessa natureza que diminuirá um centímetro daquele apreço que vossa excelência tem de todos nós e que quero reiterar neste momento - afirmou Sarney, lembrando ser Camata uma pessoa de profunda religiosidade, a qual lhe dará forças para compreender as injustiças da política.

Primeiro a aparteá-lo, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) disse ter ficado espantado com a rapidez com a qual o senador reunião tantos documentos apresentados como contraprovas, e isso num domingo. Lembrou já ter sido "vítima de uma armação muito parecida", da qual foi inocentado pelo Conselho de Ética por unanimidade. Ele reclamou da irresponsabilidade atual da imprensa brasileira e concordou com Camata quando este disse que muitas das acusações poderiam ter sido facilmente desmentidas com uma simples checagem.

A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) afirmou que o Brasil está vivendo um Estado policialesco e também denuncista. Lembrou como denúncias desse tipo abalam as pessoas honestas e suas famílias. O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) lamentou que Camata tenha sido exposto a esse constrangimento, que causa danos irrecuperáveis à imagem do homem público.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que Camata e sua esposa honram seu estado e dignificam a vida política. Lembrando fatos da campanha das Diretas Já, há 25 anos, Simon disse que o representante capixaba foi "uma das pessoas mais dignas, mais corretas e mais brilhantes ao longo da luta pela redemocratização". Para Simon, a denúncia não atingiu Camata, mas sim a instituição do Senado Federal.

O senador Paulo Paim (PT-RS) lembrou ter sofrido injustiça semelhante, quando divulgou seu relatório de atividades à frente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Na oportunidade, recordou Paim, a imprensa disse que a única coisa que ele fez foi colocar seu retrato na sala da comissão. O retrato, esclareceu Paim, jamais foi colocado.

O senador Mão Santa (PMDB-PI) lembrou que Camata foi vereador, deputado estadual, duas vezes deputado federal, "um extraordinário e respeitado governador do estado" e três vezes Senador da República. Para o representante piauiense, Camata tem de ser respeitado "pela sua vida e pelas suas obras".

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) disse que Camata é "um senador muito devotado às causas públicas", com "um passado de serviço que engrandece e honra esta Casa". Disse que o senador "há de encontrar, em seu caráter e humildade cristãos, a força da altivez e da honra para enfrentar e suplantar essas maquinações do ódio". A senadora Marina Silva (PT-AC) afirmou ser melhor sofrer uma injustiça do que praticar uma injustiça, o que Camata chamou de "uma lição de vida". Para a senadora, o fato de o pedido de investigação partir do próprio Camata é "uma atitude positiva".

O presidente do Conselho de Ética, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), disse que Camata "há de superar, com firmeza, seriedade e serenidade o episódio". O senador Gim Argello (PTB-DF) afirmou que Camata não tem com o que se preocupar, porque "sua história diz tudo" e manifestou sua solidariedade em seu próprio nome e em nome de seu partido.



20/04/2009

Agência Senado


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