Serviços Públicos ouve relato de vítima de estupro em Canoas



A Comissão de Serviços Públicos promoveu ontem uma audiência pública na Câmara Municipal de Vereadores de Canoas para tratar sobre a segurança pública no município, em um debate envolvendo as vítimas da violência, Ministério Público, OAB, Consepros, associações policiais e centros comunitários. Os representantes do governo, já pela sua quarta vez consecutiva, não participaram da reunião realizada pelo Parlamento. O presidente da Comissão, Elmar Schneider (PMDB), lamentou a ausência do Executivo. “É lamentável que a administração estadual se negue a esclarecer os fatos, não apenas ao Legislativo, mas a toda a população gaúcha que clama por providências. O governo perde a oportunidade de construir com a sociedade alternativas para a segurança pública”. O ponto alto do encontro foi o depoimento da mulher que há duas semanas sofreu abuso sexual dentro da sua casa por um invasor – que ainda não foi preso – depois de ter acionado por diversas vezes o 190 da Brigada Militar e não ter sido atendida. A vítima, acompanhada de um segurança, relatou na audiência cada minuto vivido naquela madrugada do dia 21 de março e o drama enfrentado por suas filhas que junto com ela sofreram a violação. Na mesma linha, a Comissão também ouviu o desabafo do líder do Movimento pela Paz, Luis Carlos Conceição, que perdeu um filho a 30 metros de um posto da Brigada Militar no bairro Guajuviras, em Canoas. O conselheiro do Conselheiro do Movimento de Justiça e de Direitos Humanos, Sérgio Bittencourt, cumprimentou a Comissão pela iniciativa e acusou a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de omissão pois, segundo ele, não ouviu nenhuma manifestação da mesma a respeito do triste episódio. “Um Estado omisso e conivente é um Estado criminoso”, declarou Bittencourt que acredita que uma CPI possa viabilizar a construção de uma política de segurança pública, assegurando mais tranqüilidade às famílias gaúchas. Os vereadores, entidades como o Consepro de Canoas e a Associação dos Delegados de Polícia, manifestaram o desacordo com política implantada pelo governo, alegando descaso e desmantelamento do setor. No final da audiência, o prefeito de Canoas em exercício, Márcio Kauer, entregou ao presidente da Comissão a Carta de Canoas, documento com as reivindicações do município da área da segurança pública. Schneider encaminhará o material ao governador Olívio Dutra. Participaram da reunião os deputados Jair Foscarini (PMDB) e José Gomes (PT), o promotor de Justiça Paulo Sérgio Lubianca, a advogada Eugênia Reichert, representando a OAB, o presidente da Asdep, delegado José Webber e o presidente da Federação dos Consepros do RS, Josino Demari.

04/06/2001


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