Setor aeronáutico abre seminário da Fiesp sobre a competitividade paulista



Aviões são os únicos produtos industriais brasileiros com alta tecnologia vendidos no exterior

A sede da Federação das Indústrias do Estado (Fiesp) foi palco na segunda-feira, 18, do primeiro workshop do seminário “Uma agenda de competitividade para a indústria paulista: oportunidades de desafios”. Na oportunidade, o pesquisador Marcos Ferreira, do Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia da Unicamp, traçou um panorama do setor aeronáutico paulista. Destacou a importância da Embraer no contexto internacional – a principal fabricante brasileira é responsável por 60% das vendas de jatos para o mercado dos Estados Unidos.

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Com relação à exportação de produtos de alta tecnologia, o palestrante observou que o setor aeronáutico é o único em que o Brasil ocupa uma posição de destaque internacional. A atividade gera grandes saldos comerciais para o País. E para ampliá-la, defendeu a criação de um fundo especial para financiar e promover o desenvolvimento tecnológico.

Na mesma linha de raciocínio, sugeriu avanços para a consolidação do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Aeronáutica (CDTA). A iniciativa surgiu a partir de uma iniciativa conjunta do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e Embraer. 

Repercussão

Com relação à formação de mão-de-obra especializada, lembrou que a Faculdade de Tecnologia (Fatec) de São José dos Campos foi criada exatamente com esta finalidade. A cidade concentra 55% dos empregos do setor aeronáutico brasileiro. “É essencial a Fatec aprofundar a parceria com o ITA e empresas do setor. E que seja criada mais uma Fatec em Araraquara ou São Carlos, também com viés aeronáutico”, citou.

Ozires Silva, ex-ministro de Infra-estrutura e ex-presidente da Varig e da Embraer, sugeriu mudanças na legislação com relação à manutenção dos aviões. Na opinião dele, a lei atual prejudica a participação brasileira neste segmento comercial, que é significativo e está em expansão no mundo.

O ex-ministro questionou a proposta do pesquisador sobre estender os financiamentos para o setor. “O desenvolvimento tecnológico no Brasil é feito com financiamento bancário, com juros e exigência de garantias, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O mesmo não acontece com os concorrentes estrangeiros em seus países”, disse. 

Integração

O professor Roberto Vermulm, da Universidade de São Paulo falou sobre a necessidade de maior articulação entre os vários participantes do setor. “Esse é o espaço em que o governo do Estado deve atuar. A Finep dispõe de um conjunto de instrumentos que, se bem integrados, já podem ser úteis. Também é necessária a composição com outros áreas, ligadas à pesquisa e ao desenvolvimento industrial”, argumentou.

Por sua vez, o pesquisador Marcos Ferreira lembrou que “sem a Embraer, não há indústria aeronáutica no Brasil. E toda a cadeia produtiva depende dela”. Com relação aos financiamentos, esclareceu que sua colocação inicial refere-se aos que são altamente subsidiados. E sugeriu à Embraer “investir mais recursos para ser uma das poucas empresas aptas a atuar na aviação comercial e na executiva, este um mercado difícil, com fabricantes consolidados e muito competitivos”.

Da Secretaria Estadual de Desenvolvimento

(I.P.)

 



02/21/2008


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