Setor sucroalcooleiro terá política estratégica



O governo brasileiro quer criar uma ampla política para o setor sucroalcoleiro, que vai substituir as ações pontuais tomadas quando há problemas de produção e incentivar a retomada de investimentos na área. O objetivo é ampliar e garantir a produção e o abastecimento de etanol no País. Por determinação da presidenta Dilma Rousseff, os ministérios da Agricultura, Fazenda e Meio Ambiente já iniciaram um amplo levantamento sobre o setor.  

A informação foi divulgada nesta terça-feira (15), pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, durante visita à Feicana/Feibio em Araçatuba (SP). O estudo interministerial deve ser levado, nas próximas semanas à presidenta, para definição da nova política. “A variação muito forte dos preços do etanol gera uma dificuldade de fidelização da clientela e, ao mesmo tempo, preocupa o governo porque afeta as condições de oferta de combustível à população”, disse o ministro. 

Rossi lembrou que, nas últimas décadas, o Brasil criou o maior programa de combustível renovável do mundo. Desenvolveu o carro flex – frota que hoje supera os 11 milhões de veículos. E aumentou a quantidade de etanol adicionada à gasolina (25%). Assim, quando cresce o consumo de gasolina, há um crescimento adicional no de álcool, ampliando a demanda pelo produto. 

O ministro lembrou, no entanto, que os investimentos no setor sucroalcooleiro foram interrompidos com a crise econômica de 2008. Naquele momento, o setor vinha de dois anos de preços baixos para o açúcar e o etanol e foi um dos mais atingidos pela crise mundial de liquidez. “Isso gerou uma grande questão para o País, que é o problema de oferta. É preciso que haja condições para a retomada de investimentos. Essa é a grande chave para enfrentarmos a questão”, comentou. 

Segundo Rossi, o governo está disposto a apoiar o setor sucroalcooleiro, mas não quer ações pontuais. “Queremos uma política mais abrangente, estruturante, por isso estamos fazendo uma discussão muito ampla com o setor”. A contrapartida exigida seria a garantia de abastecimento do mercado nacional de combustível à base de etanol.

Dados divulgados nesta terça-feira pelo setor sucroalcooleiro, durante a feira no interior de São Paulo, indicam que o estoque de passagem entre as safras 2010-2011 e 2011-2012 de cana-de-açúcar no Centro-Sul será de 590 milhões de litros até 1º de abril. Este volume seria suficiente para garantir o consumo de apenas 9,5 dias. Mas, segundo os produtores, não há risco de desabastecimento de etanol porque haverá uma produção antecipada de 1,5 bilhão a 1,7 bilhão de litros do combustível no início das operações das destilarias, em março.

 

Fonte:
Ministério da Agricultura



15/02/2011 20:57


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