Simon critica tentativa de mudança em Lei da Ficha Limpa
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) classificou como um "desastre" a tentativa de um grupo de parlamentares - comandado pelo deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) - de aprovar uma mudança na Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010) que pode beneficiar prefeitos com contas rejeitadas pelos tribunais de contas. A perspectiva é de que o projeto de lei complementar com esta alteração seja levado a votação no Plenário da Câmara dos Deputados na próxima semana.
O peemedebista reconhece a necessidade de ajustes na Lei da Ficha Limpa. Mas, a exemplo do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto, relator do primeiro processo que questionou a constitucionalidade da norma, rejeitou a emenda capitaneada por Vaccarezza, que livraria da inelegibilidade por oito anos o prefeito cujas contas foram rejeitadas pelo tribunal de contas, mas aprovadas pela câmara municipal.
- Nós sabemos que o julgamento na Câmara é só político. O prefeito pode vencer, se tiver maioria, e perder, no caso contrário - observou Simon, na mesma linha de argumentação adotada por Ayres Britto em entrevista à imprensa.
Decência e dignidade
Ao focar seu discurso desta sexta-feira (31) nos temas ética e política, Simon estimulou os eleitores a exigirem de seus representantes que se mantenham longe da troca de favores, do compadrio, do clientelismo.
- Nos últimos anos, assistimos a uma quase interminável série de escândalos no meio político, e muitos deles referem à malversação de dinheiro público. Frequentemente, a população se sente desiludida diante de denúncia da imprensa. É por isso que eu digo e repito: o povo deve vigiar o homem público brasileiro. O cidadão deve pedir a seus homens públicos que sejam éticos - clamou em Plenário.
Do alto dos seus 83 anos, dos quais cerca de 60 dedicados à vida pública, o peemedebista reivindicou como fundamental compatibilizar a atuação pública com decência e dignidade. Simon contestou que a decência seja monopólio de um grupo político e, após classificar a atual divisão partidária como "anárquica e sem conteúdo", sustentou que a grande maioria dos partidos tem homens "dignos, éticos e moralistas" em seus quadros.
31/05/2013
Agência Senado
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