Simon diz que exposição sobre ditadura inspira a construção de um novo amanhã



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RO Senado Federal participa dos atos alusivos aos 50 anos do golpe militar que derrubou o presidente João Goulart, em 1964, com uma exposição que honra a memória e resgata a história nacional: Onde a Esperança se Refugiou.
Ela será aberta na quinta-feira, 20 de março, às 11h, no Salão Negro do Congresso Nacional.
Por sugestão do senador Pedro Simon, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, está trazendo para a Capital brasileira — com apoio do Ministério da Justiça e parceria da Universidade de Brasília (UnB) — uma aclamada exposição multimídia organizada pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), presidida pelo ativista Jair Krischke, agraciado em 2011 pelo Senado Federal com a Comenda Dom Hélder Câmara dos Direitos Humanos.
Inaugurada em abril passado em Porto Alegre, com sucesso de público e de crítica, a exposição Onde a Esperança se Refugiou será o foco da atenção de milhares de visitantes e turistas que frequentam o Distrito Federal e a sede do Parlamento.
Poderá ser vista, também, pelos jovens e estudantes de escolas interessados na apresentação, de forma organizada e didática, dos detalhes e circunstâncias de regimes políticos que disseminaram abusos e violências no Cone Sul do continente, pela vala comum da ditadura. Com destaque especial para o regime militar brasileiro, que completa seu cinquentenário em 2014.
Organizada e dividida em cinco eixos temáticos, a mostra Onde a Esperança se Refugiou abriga a memória daqueles tempos com um acervo de mais de 2.000 fotos, incluindo o rosto de 366 vítimas da ditadura no Brasil. O material foi recolhido, num minucioso trabalho de pesquisa, no acervo documental do MJDH e do Arquivo Público de São Paulo e vários arquivos de Buenos Aires, que reúnem material de toda a América Latina.

Autor da iniciativa que levou o Senado a inaugurar, nesta quinta-feira (20), a exposição "Onde a esperança se refugiou", o senador Pedro Simon (PMDB-RS) fez um emocionado discurso na abertura do evento para pedir aos jovens que não esqueçam esse momento histórico e que, olhando o que aconteceu, construam um novo amanhã.

- Aqui, não estamos festejando nada. Estamos parando para relembrar o desvio que o Brasil teve em 21 anos, até a retomada da democracia - disse o senador, homenageando sobretudo os que nunca deixaram de lutar em favor da abertura democrática.

Afirmando que o Senado pagou um preço caro nesses 50 anos que se seguiram ao golpe, Simon fez uma alusão aos que, ainda hoje, defendem aquele regime, para pedir que a sociedade mantenha-se preparada, "com a mente fria", a fim de que nunca mais o país enfrente semelhante retrocesso.

Ele lembrou que, junto com outros senadores, está trazendo ao exame do Senado as reformas de base propostas por João Goulart. Trata-se de um conjunto de mudanças, de caráter nacionalista, que o então presidente pretendia implantar no Brasil e cujo anúncio serviu para acelerar o golpe militar de 1964.

No mesmo discurso, Simon lastimou "o penoso negócio" através do qual a Petrobras, com prejuízo superior a US$ 1 bilhão, comprou uma refinaria em Pasadena, no estado americano do Texas. Ele criticou a presidente Dilma Rousseff por ter sido a primeira a assinar o negócio quando comandava o conselho da estatal.

Compareceram à solenidade de inauguração da exposição, entre outros, os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Ana Amélia (PP-RS), Casildo Maldaner (PMDB-SC), Ruben Figueiró (PSDB-MS), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Aloysio Nunes (PSDB-SP); a deputada Luiza Erundina (PSB-SP); o presidente do Instituto João Goulart e filho do ex-presidente, João Vicente Goulart; Amariles Busch Tavares, diretora da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça; e o presidente do Movimento Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke.



20/03/2014

Agência Senado


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