Simon diz que já é hora de Lula implementar ações sociais concretas
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse nesta sexta-feira (27) que apóia a maioria das medidas que vêm sendo implementadas pelo governo federal, mas apelou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que sejam efetuadas ações concretas de cunho social. Segundo ele, essa foi uma promessa de campanha do Partido dos Trabalhadores (PT) e lidera a cobrança popular. Ele aplaudiu o resgate da confiança externa e da estabilidade econômica anunciadas recentemente pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, mas disse que essas condições não são suficientes para fazer o Brasil crescer.
- Nós que já vivemos uma experiência pessoal dramática nos oito anos do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em que a economia estava estável, sabemos que isso não foi suficiente, pois as taxas de desemprego não caíram, pelo contrário, a dívida do Brasil cresceu e o Brasil não cresceu - enfatizou o senador, citando a taxa de desemprego de maio, de 12,8%, e a redução de 14,7% na renda mensal do trabalhador.
Para ele, Lula deve ouvir o alerta do presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Magela, que também defendeu, em audiência com Lula, a aplicação de medidas sociais concretas pelo governo. Segundo o senador, o apelo de dom Geraldo -simboliza o drama vivido atualmente pela sociedade, que enfrenta o desemprego e a violência-.
Simon afirmou ainda que entende as dificuldades de início de governo, mas criticou a criação de mais ministérios, a forma como o governo atua para conseguir alcançar maioria no Congresso e o tratamento dado pelo PT aos chamados -radicais-.
- O PT não se deu conta que entre o partido fazer um programa de governo e depois executar esse programa, quando no poder, tem uma enorme diferença - observou.
Ao analisar a conjuntura política, o senador criticou a excessiva oposição do PSDB e do PFL ao governo Lula, e também as posturas corporativas em relação à reforma da Previdência. Ele recomendou que o Congresso pare de criticar e se preocupe em auxiliar um governo que, segundo ele, -claramente demonstra que não tem experiência em governar-.
Mercosul
Simon também criticou o fato de Lula haver anunciado, em conversa com o presidente dos Estados Unidos da América, George W. Bush, que o Brasil endossaria o acordo da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) em 2005.
- Eu estranhei muito essa notícia porque não vejo hipótese de o país ingressar na Alca sem o Congresso votar. Até penso que o Lula pode ter dito que isso aconteceria e depois não cumprir o prometido, ainda mais porque ele (Lula) havia participado, na mesma semana, de encontro com os demais chefes das nações que integram o Mercosul em defesa do fortalecimento do bloco - disse Simon, para quem o Mercosul deve receber força total.
27/06/2003
Agência Senado
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