Simon diz que sem lutar contra a impunidade não há combate à corrupção



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) subiu à tribuna nesta quinta-feira (10) para assinalar que sem lutar contra a impunidade não se combate a corrupção. Lembrou que nesta quarta (9), Dia Internacional de Combate à Corrupção, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, enviou ao Congresso um pacote de medidascontra a corrupção, mas afirmou que sem garantias de que corruptos e corruptores sejam presos, não há como combater efetivamente a corrupção.

- Louvo o pacote do presidente Lula, pois temos que ser duros contra os desvios do dinheiro tão sagrado, mas tenho certeza de que na orientação desse pacote, para ser mais efetivo, devia ser acrescentado o combate à impunidade - afirmou o senador pelo Rio Grande do Sul.

Para Simon, não é a falta de leis que torna a corrupção "tão intensa", mesmo porque o Brasil tem um "aparato legal dos mais completos do mundo de combate à corrupção". O que falta, segundo o senador, é o cumprimento destas mesmas leis.

Afirmou que o Poder Judiciário não julga os crimes de corrupção de autoridades ou, quando o faz, aplica penas mais condescendentes. Para exemplificar sua tese, afirmou que o Superior Tribunal de Justiça (STJ), de cada cem casos de corrupção que recebe, apenas um tem como resultado final a condenação. No Supremo Tribunal Federal (STF), continuou, 45,8% das ações de corrupção contra políticos e autoridades sequer chegam a serem julgadas.

- Nunca houve nenhuma autoridade condenada por corrupção no Supremo Tribunal Federal - ressaltou o parlamentar.

Na opinião de Simon, a impunidade somente será combatida no Brasil quando o povo se conscientizar sobre esse problema e sair às ruas, cobrando providências. O senador comparou imagens da repressão da ditadura chinesa, nos famosos protestos de 1989, com a recente ação da polícia contra estudantes que protestavam nesta quarta-feira (9) contra o governo do DF. Os manifestantes pediam a saída do governadorJosé Roberto Arruda (DEM), que foi flagrado por câmeras recebendo maços de dinheiro e teve conversas gravadas pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal.



10/12/2009

Agência Senado


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