Simon lamenta 2009 e diz que olhar para o passado permite descobrir o país 'que não queremos'
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse, nesta quinta-feira (17), que um balanço de final de ano não serve apenas para dar uma visão do passado, mas também como um olhar para o futuro e para a correção de rumos. Simon disse não ter dúvidas de que o Brasil avançou, mas tem dúvidas quanto ao lugar que o país ocupa no mundo.
O senador acredita que o olhar para o passado permite "estabelecer um foco sobre que país não queremos". Ele disse que, infelizmente, no campo político, em 2009 o Brasil foi o país que ninguém quer. Para ele, o Brasil foi, este ano, "o país da corrupção, da impunidade, da crise de valores, da persistência da fome e das filas dos hospitais; um país dividido por uma nova versão, tipicamente brasileira, do muro da vergonha".
- O Senado Federal, nestes últimos anos, não tem sido, também, uma boa referência para o país que queremos. Por pouco, ou por benevolência dos editores, não passamos dos cadernos de política para os segmentos policiais - lamentou.
Na avaliação de Simon, a crise política do Congresso Nacional "é existencial, reforçada pela concentração excessiva do poder nas mãos do Executivo e por um federalismo também em crise". O senador assinalou que o Congresso "perdeu espaços legislativos para quem não foi eleito para fazer leis e os projetos acabaram sendo substituídos por medidas provisórias".
Simon fez uma série de questionamentos sobre as melhores escolhas para o Brasil no campo econômico, como a busca incessante pelos primeiros lugares na economia mundial, pelo lucro, pelo desenvolvimento e pela distribuição de renda com bolsas de auxílio à população carente.
- A questão chave hoje é: que país queremos? Que indústria, que agricultura, que serviços, que tecnologia, que educação, que saúde, que condições de vida terá nossa população? - indagou o senador, frisando que tudo o que vier a seguir será consequência da resposta a essas perguntas.
Para o senador, "a melhor pista sobre o país que queremos está exatamente no seu contraponto: no país que não queremos".
- Aí está a importância do conhecimento do passado para traçarmos os nossos novos e melhores caminhos futuros. Não há como negar esse passado se quisermos construir a nossa melhor travessia. O nosso verdadeiro feliz ano novo - ressaltou.
17/12/2009
Agência Senado
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