Simon pede que Lula enfrente as conseqüências de uma CPI



Em apelo dirigido a Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) pediu que o presidente da República enfrente as conseqüências de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre o caso Waldomiro Diniz, ao invés de optar pelo desgaste de forçar parlamentares a não assinar o pedido de instalação da CPI.

- Se há outras coisas a descobrir sobre corrupção na campanha eleitoral, vamos fazê-lo. Tope a parada, não coloque panos quentes, presidente. Se houver preço político a pagar, o PT deve arcar com ele, pois será infinitamente menor do que o preço do desgaste político que virá pelo arquivamento do pedido de instalação da CPI - alertou.

Simon afirmou que sua inclinação é assinar o pedido, mas disse que esperará a reunião de bancada do PMDB, marcada para esta terça-feira (17), para tomar sua decisão.

Em defesa de sua posição, o senador enfatizou que um partido político leva décadas para adquirir um patrimônio de ética e de seriedade, mas pode perdê-lo num instante, por uma decisão errada. O carimbo que fica é indelével, quase impossível de sair, advertiu.

Para Simon, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso errou, ao impedir a instalação da CPI das Empreiteiras, que deveria investigar os negócios das campanhas eleitorais logo no início do seu governo. A CPI não saiu, mas o governo ficou marcado. Quando surgiram as denúncias de compra de votos para a reeleição, novamente o governo impediu as investigações. Resultado: ficou carimbado como um governo que não era ético, analisou.

Em aparte, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), pediu que os senadores do partido não tomem posição antes da reunião da bancada. Ele lembrou que o PT tomou providências imediatas de demitir o envolvido nas denúncias e de solicitar investigações pela Polícia Federal.

- O governo não está colocando pedras no caminho da investigação, por isso, acho precipitado o pedido de CPI - disse o líder peemedebista.

Também em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou que o pedido de CPI é para defender o ministro José Dirceu e o presidente da República, não para atacar o governo. Ele ressaltou que o PT ainda não tomou uma decisão sobre o assunto e está analisando a conduta de Waldomiro Diniz em relação aos congressistas. Suplicy informou que a reunião da bancada do PT também será realizada nesta terça, pela manhã.



16/02/2004

Agência Senado


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