Simon pede a Lula que deixe para depois das eleições discussão sobre Constituinte



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que não volte a defender, até as eleições de outubro, a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte exclusivamente para promover uma reforma política no país. Simon também reagiu à afirmação do presidente Lula, publicada nesta quinta-feira (3) pelo jornal Folha de S. Paulo, segundo a qual o atual Congresso não teria condições de executar esse trabalho pois, em vez de satisfazer aos anseios da sociedade, atenderia a seus próprios interesses.

- Se o Congresso não tem credibilidade para fazer a reforma, digo que o presidente Lula também não tem condições de fazer isso - declarou.

Simon também protestou contra declaração do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Reginaldo Oscar de Castro, que teria defendido a proibição de as CPIs quebrarem sigilos dos investigados. Ainda segundo a Folha de S. Paulo, essa opinião pessoal teria sido expressada na entrega ao presidente Lula da "Carta pela Valorização das Comissões Parlamentares de Inquérito", documento elaborado por um grupo de dez advogados e que propõe limites à atuação das CPIs.

O senador disse que as CPIs vivem um momento complicado e teriam se transformado em uma vergonha pelo "mar de mentiras" que os depoentes contam. Ele acrescentou que, embora o Congresso venha sendo alvo da desconsideração do povo brasileiro, não é possível responsabilizar exclusivamente o Parlamento pelos recentes episódios de corrupção investigados.

- Não dá para culpar só o Congresso. Pode ter corrupto aqui, mas não existe o corrupto sem a figura do corruptor. E mais grave é quando ele [o corruptor] é o próprio governo - afirmou.

Simon revelou nunca ter apostado tanto em um governo como no atual e afirmou que o presidente Lula não tinha o direito de desiludir e magoar o eleitorado e a militância do Partido dos Trabalhadores. Em vez de "botar para fora coisas erradas do governo Fernando Henrique", Lula teria preferido ficar "quieto, manso, tranqüilo" e prosseguir com a mesma política econômica do governo passado, tentando garantir ainda a governabilidade com a suposta compra de apoio parlamentar no início de seu governo.

03/08/2006

Agência Senado


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