Sistema bancário está preparado para enfrentar riscos econômicos e financeiros, diz BC
O Banco Central (BC) divulgou nesta terça-feira (20) o Relatório de Estabilidade Financeira (REF), referente ao primeiro semestre de 2011. A publicação semestral apresenta a evolução recente do Sistema Financeiro Nacional (SFN), análises relativas a sua capacidade de recuperação a choques e as suas perspectivas de crescimento.
Nesta edição, além da avaliação da estabilidade do SFN, o relatório traz a metodologia de cálculo da Taxa Preferencial Brasileira (TPB) e a nova metodologia e dados sobre o endividamento e o comprometimento de renda das famílias com dívidas junto ao SFN. A elaboração e a divulgação da TPB permitem melhor comparação das taxas praticadas no Brasil com as de outros países. Ao utilizar amostra do custo dos empréstimos aos clientes com menor risco, a nova taxa também servirá como referência para realização de outras operações de crédito, o que deve incentivar a concorrência no mercado de crédito doméstico.
Em relação ao endividamento e ao comprometimento da renda das famílias com dívidas junto ao SFN, foram realizados ajustes na metodologia, tanto na apuração do total de créditos e seus encargos, quanto na renda familiar, que permitirão mensurar a variável de forma mais precisa.
A capacidade de solução do sistema bancário nacional permaneceu em nível adequado e estável nos primeiros seis meses do ano. O aumento da exposição aos riscos foi acompanhado pelo aumento da base de capital, principalmente em virtude da incorporação de lucros.
Segundo o relatório, o índice de Basileia, que mede o capital que os bancos mantêm retidos em relação ao valor emprestado, permanece “consideravelmente acima da exigência mínima” de 11%, feita pelo BC. Esse percentual indica que, para cada R$ 100 emprestados, o banco precisa manter pelo menos R$ 11 sem emprestar. Em junho deste ano, o percentual do sistema bancário brasileiro chegou a 16,9%.
Os resultados dos testes de estresse, em todos os cenários analisados, inclusive os mais pessimistas, indicam que o capital regulamentar do sistema bancário permaneceria acima do requerimento estabelecido pelo BC.
Também merece destaque a ampliação dos estoques de ativos líquidos no sistema bancário, consequência do ingresso significativo de recursos externos e da elevada liquidez doméstica, que permitiu que instituições financeiras captassem recursos em montantes superiores à expansão dos empréstimos.
As medidas macroprudenciais implementadas desde dezembro de 2010 foram eficazes para tornar o crescimento do crédito compatível com a atual fase do ciclo econômico, além de evitar a prorrogação excessiva dos prazos das operações de crédito ao consumo. As iniciativas contribuíram ainda para tornar mais prudente a relação entre os valores dos financiamentos contratados e das garantias.
O crédito concedido pelo sistema financeiro apresentou trajetória de expansão em ritmo mais moderado. As modalidades de menor risco continuaram a ganhar importância relativa no crédito às famílias. Já no crédito corporativo (pessoa jurídica), observou-se maior participação relativa das empresas de menor porte. Em relação à inadimplência, o indicador permaneceu em patamar baixo, apesar da reversão verificada em sua tendência de queda nos últimos meses.
Fonte:
Banco Central e
Agência Brasil
20/09/2011 17:35
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