SP adota práticas sustentáveis no combate à poluição
Participam também outras seis cidades da Região Metropolitana de São Paulo
São Paulo e Santo André são as cidades integrantes do Comitê Metropolitano do Ar Limpo (Comar) com maior número de ações e propostas empreendidas na melhoria da qualidade do ar e na diminuição do impacto ambiental causado pela emissão de poluentes na atmosfera. Ambas adotaram o biomonitoramento ambiental feito com a planta conhecida popularmente como coração-roxo, a Tradescantia pallida. São Paulo destaca-se por ser a primeira cidade a adotar a inspeção veicular. Em Santo André, o controle da fumaça preta é feito regularmente; no inverno é intensificado.
Partículas poluidoras mudam até o DNA do coração-roxo: é o biomonitoramento
Criado em 2002 pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, o Comar foi instituído para atuar mais efetivamente no gerenciamento da qualidade do ar e porque a poluição atmosférica transcende os limites dos municípios e atinge toda a população da Grande São Paulo. Das 39 cidades da Região Metropolitana, oito são integrantes do Comar e registram os maiores índices de poluição. Participam, também, as cidades de Diadema, Guarulhos, Mauá, Osasco, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul.
A diretora do Departamento de Gestão Ambiental da secretaria, Izabel de Farias Lavendowski, diz que Santo André tem tradição na participação das reuniões do Comitê e na defesa do meio ambiente. Afirma que o Comar pode contribuir com melhorias porque amplia a adoção de práticas em prol da qualidade do ar. Izabel defende o biomonitoramento com o uso da planta coração-roxo porque é simples, barato e eficaz.
O coordenador da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da cidade de São Paulo, Volf Steinbaum, diz que é “excelente” a proposta do Comar de estender a todas as oito prefeituras a inspeção veicular. “Quanto mais cidades aderirem ao controle de emissão de poluentes, melhor será para a saúde geral da população”.
Inspeção total – Inspeção veicular da frota movida a diesel, restrição à circulação de caminhões, criação de ciclovias e de pára-ciclos (estacionamento de bicicleta) e biomonitoramento em todos os parques são ações empreendidas pela prefeitura de São Paulo para melhorar a qualidade do ar respirado pelos cidadãos. Relatório semanal mostra que desde maio deste ano 45% dos 1.605 veículos a diesel inspecionados foram reprovados, informa Volf Steinbaum, coordenador da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. A partir de 2009, a inspeção veicular se estenderá aos demais veículos.
Todos os motoristas paulistanos terão de levar seu carro para medir a quantidade de poluentes liberada pelo escapamento e lançados no meio ambiente. A inspeção seguirá o cronograma adotado pelo licenciamento. Quem estiver com o carro com emissão superior ao limite permitido terá até 30 dias para regular o motor, caso contrário receberá multa. Os aprovados no teste terão selo colado no vidro pela empresa responsável pelo serviço e ficarão liberados para circular pelas ruas e fazer o próximo licenciamento.
O limite máximo de poluentes (monóxido de carbono, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio, material particulado) é estabelecido pelo Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, criado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). De acordo com o relatório de qualidade do ar de 2007, preparado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), a frota da Grande São Paulo (gasolina, álcool, diesel e motocicletas) é responsável por 97,37% das emissões de monóxido de carbono. Veja no boxe a lista por tipo de combustível.
Fontes emissoras de poluentes na RMSP
Monóxido de carbono Óxido de nitrogênio Material particulado
Gasolina 42,69% 12,40% 9,49%
Diesel 24,97% 78,45% 28,48%
Moto17,03% 0,76% 2,02%
Álcool 12,68% 3,82% 0%
Megaoperação fiscaliza fumaça preta
A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) fez ontem uma megaoperação de fiscalização de fumaça preta em São Paulo. Dos 15.633 veículos a diesel que passaram pelos oito pontos de fiscalização distribuídos por rodovias estaduais de acesso à capital, 946 receberam multas por estarem emitindo fumaça acima do padrão ambiental. Na primeira infração, o valor é de R$ 892,80. As reincidências são de R$ 1.785,60 (na segunda vez), R$ 3.571,20 (terceira) e R$ 7.142,80 (quarta vez). Realizada no dia 22 (terça-feira), a ação envolveu 150 funcionários da agência ambiental paulista e 50 policiais rodoviários e ambientais.
Este ano, a Cetesb aplicou 3,1 mil multas de fumaça preta. Em 2007, foram 15 mil. O controle de emissão de fumaça preta integra as ações da Operação Inverno 2008, desenvolvida pela Cetesb e Secretaria Estadual do Meio Ambiente. As fiscalizações são intensificadas no período de maio a setembro, época em que as condições meteorológicas são desfavoráveis à dispersão dos poluentes atmosféricos.
Os veículos multados pela companhia podem reduzir em até 70% o valor da multa se efetivar e comprovar a realização da manutenção em uma das 120 oficinas credenciadas pela agência ambiental paulista. A emissão excessiva de fumaça indica desregulagem do motor. A lista das oficinas pode ser consultada no site www.cetesb.sp.gov.br. Além dessa fiscalização, a Cetesb tem feito inspeções educativas e de orientação ao motorista sobre a emissão de fumaça preta.
Da Agencia Imprensa Oficial
(M.C.)
07/24/2008
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