SP discute tecnologia sucroalcooleira em simpósio internacional
Evento foi aberto nesta terça-feira, 1, em Piracicaba
O Governo do Estado de São Paulo sabe da importância da cadeia produtiva sucroalcooleira para o desenvolvimento de São Paulo e do Brasil. Com essa mensagem, o secretário-adjunto de Desenvolvimento, Luciano de Almeida, abriu a sexta edição do Simpósio Internacional e Mostra de Tecnologia da Agroindústria Sucroalcooleira (SIMTEC 2008), nesta terça-feira, 1, em Piracicaba.
O simpósio, que dura quatro dias, reúne empresas, institutos e pesquisadores de todo o mundo que exploram novas tecnologias aplicadas a toda a cadeia produtiva da cana-de-açúcar. "Apenas com iniciativas como o SIMTEC nós conseguiremos transformar esses produtos em algo sustentável e aceito pelo mundo todo", disse Luciano Almeida, que representou o Governador José Serra no evento.
Os organizadores do SIMTEC 2008 esperam gerar mais de R$ 550 milhões em negócios e comemoram a crescente adesão de empresas e pesquisadores internacionais. "Esse é um evento muito importante para mostrar ao mundo todo o desenvolvimento tecnológico dessa cadeia produtiva", afirmou o prefeito de Piracicaba, Barjas Negri.
O setor rebate as acusações de que a bioenergia seria a responsável pela alta dos preços de alimentos no mundo e destaca as vantagens competitivas e ambientais do etanol de cana-de-açúcar. "É nossa responsabilidade debater temas que mostrem ao mundo que é possível movimentar a máquina do progresso com um combustível vivo e não agressor ao meio ambiente", destacou o José Coral, presidente da COPLACAN, uma das organizadoras do evento.
Ações para o desenvolvimento
Em consonância com o crescimento do setor sucroalcooleiro e visando manter a liderança de São Paulo na produção de tecnologia do etanol de cana-de-açúcar, o Governo do Estado vem investindo em formação de recursos humanos e pesquisa e desenvolvimento no setor.
Em 2007 foi inaugurada uma Fatec (Faculdade de Tecnologia) em Sertãozinho, que oferece o curso de Tecnologia em Mecânica – Modalidade Soldagem, e no primeiro semestre de 2008 as Fatecs de Piracicaba, Jaboticabal e Araçatuba começaram a oferecer o curso de Bioenergia Sucroalcooleira.
Também em Piracicaba, pólo da produção sucroalcooleira do estado, está em desenvolvimento a implantação do Parque Tecnológico que terá como tema principal essa cadeia produtiva. Nele, serão desenvolvidas pesquisas e incubadoras de empresas para gerar tecnologia para o setor.
Comissão de Bioenergia
Em abril de 2007 o Governo do Estado de São Paulo com a iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento, lançou a Comissão Especial de Bioenergia. A comissão tem o objetivo de identificar os principais macro-desafios à manutenção da liderança paulista na produção e uso de combustíveis renováveis. O estado de São Paulo é considerado hoje o maior pólo sucroalcooleiro do País.
O Estado de São Paulo já investiu enormes somas de recursos humanos e financeiros, que resultaram no etanol ser hoje um substituto dos combustíveis fósseis de forma absolutamente segura, sustentada e sustentável, técnica e economicamente. É isto que tornou a tecnologia e o programa de etanol a partir da cana-de-açúcar o sucesso que é hoje modelo para o mundo.
A comissão gira em torno de 11 pontos, listados no decreto de criação. Entre eles: aspectos ambientais (manejo, reserva legal, emissões e queimadas, mecanização, consumo de água); pesquisa científica e tecnológica (hidrólise, desenvolvimento de máquinas e equipamentos, novos cultivares, alcoolquímica, tecnologias automotivas e controle biológico); recursos humanos (empregos, relações de trabalho, formação e treinamento de recursos humanos); geração de energia (balanço energético, cogeração, aumento da eficiência); logística e transporte (estradas vicinais, rodovias, hidrovias, ferrovias, tancagem, dutos e portos); tributação (regimes diferenciados de ICMS, tributos federais); questões regulatórias (qualidade, normas e padrões, biossegurança, etc.); zoneamento sócio-econômico de São Paulo.
Integram a comissão: José Goldemberg, presidente; os secretários de Desenvolvimento, Energia, Planejamento, Agricultura, Transporte e Meio Ambiente; os especialistas Marcos Jank (USP), Isaías Macedo (Unicamp) e Roberto Rodrigues (ex-ministro da Agricultura, da Unesp); e Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que organiza um programa de pesquisa e desenvolvimento em etanol para o Estado.
BIOEN
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP, lança no próximo dia 3 de julho o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia – BIOEN. O Programa apoiará a pesquisa, básica e aplicada, sobre biocombustíveis, criando conhecimento fundamental para a produção sustentável e aplicações baseadas principalmente em etanol de cana-de-açúcar. O BIOEN inclui pesquisa acadêmica básica e pesquisa aplicada em colaboração entre universidades e empresas. Na mesma data serão anunciadas três Chamadas de Propostas de Pesquisa do BIOEN, no valor total de R$ 73 milhões, que somam diferentes esforços para pesquisa em biocombustiveis.
O BIOEN financiará projetos de pesquisa com cinco diferentes abordagens: melhoramento de cultivares para produção de biomassa de cana e de outras plantas; pesquisa sobre processos de produção de bioetanol e de outros compostos de interesse da indústria; aplicações do etanol para motores automotivos (motores de combustão interna e células-combustível); bio-refinarias e alcoolquímica; e pesquisas sobre os impactos sociais, econômicos e ambientais do uso e da produção de biocombustíveis.
Nesta chamada de propostas, os pesquisadores poderão apresentar projetos sobre produção de biomassa para bioenergia, processos de fabricação de biocombustíveis e pesquisas sobre impactos socioeconômicos, ambientais e de uso da terra.
O lançamento do BIOEN acontece durante Workshop que será realizado no mesmo dia (03/07), das 9 às 15h, na sede da FAPESP.
Da Secretaria do Desenvolvimento
(I.P.)
07/01/2008
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