Stephanes: Brasil errou ao aceitar normas da UE para venda de carne bovina



O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, reiterou nesta quarta-feira (13) que "o Brasil errou" ao aceitar as normas exigidas pela União Européia para a venda de carne bovina. Ele argumentou que as normas referentes à rastreabilidade são muito exigentes para o país e foram elaboradas para doenças como o mal da vaca louca - que causou diversas mortes naquele continente, mas que nunca teve casos registrados no Brasil.

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- O Brasil, porém, aceitou essa imposição e disse que iria segui-la - ressaltou Stephanes, argumentando que o embargo da União Européia à carne bovina brasileira tem motivação comercial, e não sanitária.

O ministro fez essas afirmações durante audiência pública realizada no Senado pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA).

Também presente na audiência, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) criticou o ex-ministro da Agricultura Marcus Vinícius Pratini de Morais, em cuja gestão foram aceitas as exigências da União Européia. Atualmente, Pratini de Morais é presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

Conflito interno

Além da questão externa, a audiência desta quarta-feira demonstrou a existência de um conflito interno na cadeia produtiva brasileira. Segundo Stephanes, "talvez o governo tivesse a convicção de que iria implantar esse sistema de rastreamento, mas nem os frigoríficos nem os exportadores se esforçaram para implantá-lo".

Nesse contexto, os senadores Kátia Abreu (DEM-TO) e Osmar Dias (PDT-PR) criticaram os frigoríficos, que, segundo eles, deveriam pagar preços maiores aos produtores que oferecem carne rastreada - atitude também defendida por Stephanes.



13/02/2008

Agência Senado


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