Stephanes diz que não há crise no setor leiteiro



O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, negou nesta quarta-feira (7) que o setor leiteiro esteja passando por uma crise. Para ele, a fraude ocorrida com o leite no estado de Minas Gerais, que classificou de "criminosa", foi de caráter "pontual". O ministro previu que a imagem do setor leiteiro será recuperada de forma rápida.

As afirmações foram feitas durante audiência pública promovida pelas comissões de Agricultura e Reforma Agrária (CRA); de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA); e de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

No mês passado, a operação Ouro Branco, da Polícia Federal, desbaratou uma quadrilha montada na Coopervale (Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande) e na Casmil (Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro), ambas em Minas Gerais, que adulterava o leite longa vida com soda cáustica e água oxigenada. A adição desses dois produtos químicos ao leite tinha por objetivo aumentar o volume do produto e fazer com que ele durasse mais tempo para consumo humano.

Reinhold Stephanes informou que as fraudes ocorridas com o leite em Minas Gerais fizeram com que o Ministério da Agricultura reavaliasse todo o sistema de inspeção do produto, que passou a ser feito por meio de auditorias aleatórias, ou seja, uma equipe de fiscalização chega na propriedade sem aviso e realiza todas as análises técnicas e os exames de laboratório e de higiene na ordenha.

Demissão

Indignada com as fraudes ocorridas com o leite em Minas Gerais, que classificou de "desastre", a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) pediu a imediata demissãodo diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Nelmon Oliveira da Costa, por má gestão administrativa. Nelmon estava presente à reunião. Para a senadora, a "incompetência" do Dipoa, que culminou com a fraude do leite mineiro, vem colocando em risco a economia do país e afetando a vida de mais de 800 mil produtores de leite.

Kátia Abreu - que também é vice-presidente de Secretaria da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) - observou que a adulteração do leite "é antiga" no país. Por isso, cobrou mais recursos para o combate às fraudes e contratação de maior número defiscais. Atualmente, de acordo com informação da senadora, são apenas 212 fiscais que atuam em todo o país.

O senador João Pedro (PT-AM) pediu ao ministro punição exemplar aos responsáveis pela adulteração do leite em Minas Gerais, enquanto o senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) destacou que as fraudes causaram graves prejuízos tanto para os produtores de leite quanto para o agronegócio brasileiro.



07/11/2007

Agência Senado


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