SUASSUNA APRESENTA VERSÃO DE FRAGA SOBRE INVESTIMENTOS EM MINAS GERAIS
Conforme Suassuna, Fraga explicou que, no momento da declaração, os investidores o pressionavam para que fornecesse informações sobre a situação econômica do país e dos estados. O senador acrescentou que Fraga garantiu não ter sido sua intenção denegrir a imagem de Minas Gerais e que o economista pretende se desculpar publicamente. De acordo com o senador pela Paraíba, Armínio Fraga, está abatido com a repercussão do episódio.
- Este foi um desses capítulos mal-entendidos em que a imprensa apenas pinça uma ou outra frase sem publicar o contexto. O que o Fraga queria dizer é muito mais complexo e segundo o que ele me narrou não foi dito da forma em que foi publicado - afirmou o senador ao contar que pôde verificar pessoalmente o constrangimento do presidente do Banco Central com a situação.
O senador Edison Lobão (PFL-MA) afirmou, em aparte, que apesar de solidarizar-se com o sentimento do povo mineiro, tem certeza de que Fraga não agiu de forma deliberada e que não se deve superdimensionar o episódio. Para ele, é importante que não haja desgaste do presidente do Banco Central, "logo agora que a economia está sendo reanimada".
Já o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) disse, também em aparte, que não custaria nada ao próprio Armínio Fraga dar as explicações e as desculpas que estavam sendo fornecidas por Suassuna. "É lamentável que ele não tenha senso de oportunidade".
Em aparte a Suassuna, dois senadores mineiros, Francelino Pereira (PFL) e José Alencar (PDT) sugeriram um pedido formal de desculpas por parte de Armínio Fraga. Francelino disse que Fraga realmente desaconselhou os investimentos no estado e afirmou que as palavras "feriram os sentimentos dos mineiros e para isso não existe perdão". Alencar afirmou que o presidente do Banco Central deveria estar mais bem informado por sua equipe sobre fatos econômicos de Minas Gerais. Ele espera que Frga tenha "humildade para reconhecer a falha que cometeu".
Também a senadora Heloísa Helena (PT-AL) disse, em aparte, que não aceita as explicações dadas por Armínio Fraga. "Vou apresentar um voto de censura contra as declarações dele que, como funcionário que deveria representar e defender o país, não poderia ter atuado politicamente". Ainda o senador Lauro Campos (PT-DF) criticou a postura do presidente do Banco Central que qualificou como "mais uma demonstração do pensamento neoiberal".
07/10/1999
Agência Senado
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