SUASSUNA DIZ QUE PACOTE É INSUFICIENTE PARA RESOLVER OS PROBLEMAS DO PAÍS
O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) disse, nesta quinta-feira (dia 12), que o ajuste fiscal proposto pelo governo tem que ser mais profundo, sob pena de no próximo ano o Brasil comprometer 51% do seu Produto Interno Bruto (PIB) apenas com o pagamento de juros. Ele defendeu a constituição de uma comissão, integrada por pessoas de fora do governo, para definir onde deverão ser feitos os cortes.- O governo está mostrando que não tem condições de cortar a sua própria carne com imparcialidade. É hora de o próprio governo bater na mesa e nomear uma comissão de cidadãos acima de qualquer suspeita para definir onde cortar. São inúmeras as estatais encerradas, mas o sangramento de dinheiro continua - afirmou Suassuna.Na opinião do senador pela Paraíba, uma outra comissão deveria ser nomeada para definir um acerto das dívidas entre estados, municípios e a União. Ele também defendeu que fosse constituído um grande conselho com autoridade para diminuir o Custo Brasil. De acordo com cálculos apresentados por Suassuna, se o Brasil pagar um juro médio de 25% anual sobre sua dívida, que deverá estar na faixa de US$ 400 bilhões em dezembro, consumirá 51% do PIB, o que inviabilizaria o país. Ele calcula que é preciso que a taxa média anual chegue no máximo a 19%.DívidaEm aparte, o senador Carlos Bezerra (PMDB-MT) argumentou que a única solução para o Brasil é encontrar uma saída para sua dívida. Ele explicou que não defende o calote, mas a renegociação da dívida para que ela possa ser paga. No seu entendimento, os recursos que o governo economizará com o ajuste fiscal serão utilizados no pagamento de juros.- A dívida está ficando totalmente impagável. Isso é um absurdo, um contra-senso num país que tem problemas sociais graves como o nosso. Um país que tira dinheiro da educação, saúde, reforma agrária, um país que tem ainda tuberculosos como nenhum outro no mundo. Nós ainda temos aqui uma situação de terceiro mundo piorada, grave, pagando essa dívida nessa proporção, com esses juros - reclamou Carlos Bezerra.Já o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) opinou que a sociedade brasileira não pode ser prejudicada com medidas mais drásticas ainda que as atuais. Ele defendeu que o país seja gerenciado de uma forma empresarial para melhorar. Na sua opinião, ao invés do aumento da receita por meio do aumento simples dos impostos, o governo deveria estimular o crescimento da produção. "As reformas trarão economia, mas não resolverão os problemas do país", lamentou.
12/11/1998
Agência Senado
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