Suassuna diz que relatório de Jefferson Péres registra a ausência de provas contra ele
Apesar de contrariado com a conclusão do relator, senador Jefferson Péres (PDT-AM), que pediu, no Conselho de Ética, a cassação do seu mandato, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) disse nesta quarta-feira (4) ter ficado satisfeito, porque o próprio relatório registra que não há nos autos uma única prova efetiva do seu envolvimento com "a quadrilha apelidada de sanguessugas".
Mesmo lamentando que o relatório apresentado por Jefferson Péres não seja uma declaração de inocência total, Suassuna observou que o parecer o isenta de ter recebido dinheiro a título de comissão pela apresentação de emendas para compra de ambulância. Ele registrou que, mesmo o assunto tendo sido usado insistentemente por seus adversários na eleição para senador na Paraíba, ainda assim recebeu mais de 725 mil votos.
- Foi um bombardeio sobre esse tema na TV, dia e noite. O povo da Paraíba me indagava e muitos chegaram a me insultar. Mas com a divulgação do relatório eu estou livre da grave acusação que me fizeram. Para quem passou 139 dias sob o tiroteio cerrado da imprensa, isso é um alívio. Não sou 'sanguessuga', não me locupletei, não tenho nenhuma ligação com esse povo - afirmou.
Suassuna também pediu aos demais senadores que analisem a possibilidade de a Casa aprovar, até o final do ano, projeto que permita responsabilizar a imprensa em função do que ela publica. Ele disse que quando pega um jornal para ler, de antemão já imagina que metade das informações publicadas sejam inverídicas.
O senador citou o caso de matéria publicada nesta quarta-feira (4) por jornal de circulação nacional noticiando que ele teria sido recebido na terça-feira (3), junto com o senador licenciado Maguito Vilela (PMDB-GO) e o deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
- Há mais de um mês que não me reúno com o presidente. Por que um jornal importante, que tem um nome a zelar, faz uma coisa dessas? Com certeza não foi para atacar a mim. Talvez tenha sido para atacar o presidente. Colocaram até o comentário de um ministro dizendo que a visita era importante porque eu recebi muitos votos na Paraíba - comentou Suassuna.
04/10/2006
Agência Senado
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