Suassuna encaminha à CCJ requerimento que convoca Berzoini para esclarecer denúncias
O presidente da Comissão de Fiscalização e Controle (CFC), senador Ney Suassuna (PMDB-PB), decidiu encaminhar nesta quarta-feira (19) para apreciação da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) requerimento de autoria do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) que convoca o ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, para prestar esclarecimentos sobre denúncias publicadas em matéria da revista Veja , segundo a qual o ministro teria participado de um esquema de escuta telefônica ilegal, destinado a beneficiar o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral.
Além do requerimento convocando o ministro, Antero Paes de Barros apresentou outros quatro requerimentos convidando seis pessoas, entre os quais o sindicalista Paulo Pereira da Silva - o Paulinho - que foi vice na chapa de Ciro Gomes nas eleições passadas para a Presidência da República, e que, também, segundo a reportagem da revista, teria participado do esquema de escuta ilegal. Antero também pede que sejam ouvidos o procurador da República Luiz Francisco; o secretário de Relações Trabalhistas do Ministério do Trabalho, Osvaldo Bargas; além de Carlos Grana, João Piza e Wagner Cinchetto, todos, conforme informou o senador, citados na matéria.
Apesar de reconhecer que as denúncias são graves, Suassuna argumentou que não é atribuição do colegiado ouvir os supostos envolvidos nas denúncias, já que não são funcionários públicos, com exceção do procurador. A competência, observou, é da CCJ.
O senador César Borges (PFL-BA) disse, porém, que é dever do Senado tentar esclarecer o episódio diante da gravidade das denúncias. Por isso, recomendou à CFC que encaminhasse os requerimentos de Antero à CCJ, o que foi aceito pelos membros do colegiado.
Para Antero Paes de Barros, as denúncias publicadas pela revista, na edição do último dia 29 de outubro, são de tamanha gravidade, -que chegam a colocar em risco toda a confiança no processo democrático e institucional do país-, ainda mais quando se observa que pessoas que tomaram parte -nas maquinações, como Berzoini-, estão ocupando postos de extrema relevância na administração pública-.
19/11/2003
Agência Senado
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