Subcomissão da Verdade visita centro de repressão da ditadura militar em SP



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O antigo prédio do DOI-Codi na Rua Tutóia, em São Paulo, onde funcionou o centro de repressão política no estado durante a ditadura militar, foi visitado nesta segunda-feira (11) pela Subcomissão Verdade, Memória e Justiça, presidida pelo senador João Capiberibe (PSB-AP). Além de Capiberibe, a diligência contou com a presença dos senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e dos deputados federais Luiza Erundina (PSB-SP) e Ivan Valente (PSOL-SP). Os parlamentares foram guiados nas dependências do prédio pelo jornalista Moacyr de Oliveira Filho, pelo funcionário público Ary Costa Pinto, pelo jornalista Antonio Carlos Fon e pela advogada Darci Myiaki, todos presos e torturados nas dependências do DOI-Codi.

- Este local é emblemático daquela época e hoje está completamente abandonado. Ele precisa ser transformado em centro de memória - disse Capiberibe, lembrando que lá foram assassinadas pelo menos 52 pessoas, incluindo o jornalista Vladimir Herzog, em outubro de 1975.

O senador informou que serão visitados outros locais que foram utilizados como centros de tortura, como a Base Área do Galeão, no Rio de Janeiro. Nada, porém, salientou o senador, supera o DOI-Codi de São Paulo, em termos da crueldade alí praticada e do número de pessoas mortas.

- Trata-se do maior centro de tortura da ditadura militar. Portanto é fundamental que a gente o transforme em centro de memória, como pretende a Comissão Nacional da Verdade - afirmou Capiberibe.

Os ex-presos políticos têm lembranças tenebrosas do local.

- Eu estava aqui quando mataram o Jonas, como era conhecido o Virgílio Gomes da Silva. Me tiraram do pau de arara para colocá-lo. Ele ficou horas agonizando antes de morrer - disse o jornalista Antonio Carlos Fon. Apesar de reconhecer os locais onde foram torturados, todos os militantes que estiveram presentes foram unânimes em reconhecer que o prédio está bastante alterado.

- Está completamente desfigurado - afirmou Moacir de Oliveira Filho.

Darci Miyaki, que militou na Ação Libertadora Nacional (ALN), disse que, juntos, os ex-presos políticos eram capazes de recriar o ambiente.

- Passei sete meses aqui - afirmou.

As informações são da Assessoria do senador João Capiberibe.



11/11/2013

Agência Senado


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