Suplicy considerou exagerada ação da PM em show dos Racionais MC's



Em um discurso no qual criticou a proposta de redução da maioridade penal e defendeu melhorias educacionais e a instituição da renda mínima de cidadania, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) relatou nesta terça-feira (8) o que viu durante o show do grupo de rap Racionais MC's, em São Paulo, na madrugada do último domingo, quando se registrou um sério distúrbio.

- A meu ver a ação da autoridade policial foi demasiado forte - afirmou o parlamentar.

Suplicy já marcou audiência com o comando da Polícia Militar da capital paulista com o objetivo de discutir medidas que evitem mais tumultos, como os ocorridos durante a maratona de shows Virada Cultural.

Na opinião do senador, as letras do grupo (escritas pelo rapper Mano Brown) são um retrato do que ocorre nas periferias pobres e miseráveis de São Paulo, razão pela qual escolheu uma delas para entoar durante a reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) em que foi aprovada a redução da maioridade penal.

O rap interpretado por Suplicy tem versos como "Um homem na estrada recomeça sua vida/ Sua finalidade: a sua liberdade/Que foi perdida, subtraída/e quer provar a si mesmo que realmente mudou, que se recuperou/ e quer viver em paz, não olhar para trás, dizer ao crime: nunca mais!/pois sua infância não foi um mar de rosas, não. Na Febem, lembranças dolorosas/me digam quem é feliz, quem não se desespera, vendo nascer seu filho no berço da miséria."

Para evitar que os jovens percam seu futuro na criminalidade, ou em instituições que não os reeducam, o senador defendeu a universalização do ensino e a concessão de uma renda mínima a qualquer cidadão brasileiro. E como forma de reforçar sua descrença na redução da idade penal, que ainda será votada nos plenários do Senado e da Câmara dos Deputados, Suplicy leu artigo da antropóloga Alba Zaluar, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, publicado recentemente pelo jornal Folha de S.Paulo.

O texto de Zaluar conta a história da inglesa Mary Bell, que em 1968 foi julgada como adulta quando tinha apenas 11 anos, por ter assassinado sem nenhum motivo dois meninos de três e quatro anos. Depois de passar por reformatórios, ganhou a liberdade em 1980, sem admitir o mal que tinha feito. Ela só reconheceu ser a assassina das duas crianças depois de uma série de entrevistas com uma escritora interessada em entender por que as crianças matam, durante as quais teve a chance de examinar seu passado. Nessas conversas relatou os abusos sofridos durante a infância, incluindo aqueles praticados pela própria mãe e seus namorados.



08/05/2007

Agência Senado


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