SUPLICY CRITICA DISTRIBUIÇÃO DE CESTAS BÁSICAS E DEFENDE RENDA MÍNIMA



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) voltou a criticar a distribuição de cestas-básicas a famílias carentes e ações que chamou de "meramente paternalistas", bancadas por alguns governos estaduais, entre eles o de São Paulo, em detrimento da adoção de programas sociais "sérios e reconhecidos, inclusive no exterior", como os de renda mínima e o bolsa-escola.
Eduardo Suplicy apontou as deficiências desse tipo de política social, afirmando que a distribuição de alimentos "induz à corrupção e ao desperdício de recursos públicos", independentemente das intenções de seus formuladores.
- A distribuição de cestas-básicas num ano eleitoral, ou mesmo a distribuição de renda sem critérios claros e definidos em lei, podem converter-se em instrumento de manipulação eleitoral. É o que demonstra a experiência - disse o senador.
Eduardo Suplicy fez essas observações ao ler carta de sua autoria endereçada ao governador de São Paulo, Mário Covas, em que manifestou a sua preocupação com alguns programas destinados a erradicar a pobreza, levados a frente pelo governo paulista, entre eles o de distribuição de cestas-básicas.
Depois de enaltecer alguns programas, como o "Banco do Povo", "Meu Primeiro Trabalho" e "Auto-Emprego", todos de autoria do governador paulista, Eduardo Suplicy aconselhou o governador a adotar, com urgência, o Programa de Garantia de Renda Familiar Mínima, em tramitação na Assembléia Legislativa do estado. "Esse é o instrumento adequado para se combater a pobreza", enfatizou.
Suplicy, que teve um artido publicado no jornal Folha de S. Paulo, no início do mês, com considerações sobre o programa "Alimenta São Paulo", disse ter recebido uma carta do governador Mário Covas em que este se dizia "perplexo" com suas argumentações e discorria sobre os benefícios deste e de outros programa para a população carente. O senador explicou que "o tom duro" usado pelo governador na carta levou-o a escrever em resposta, dizendo que apenas fez sugestões para melhorar os programas sociais do governo.

01/06/2000

Agência Senado


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