Suplicy defende reforma, mas pede negociação



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) defendeu nesta terça-feira (11) a reforma da Previdência, ponderando que o sistema de aposentadorias do país caminha para a falência, especialmente por causa da elevada informalidade do trabalho, do aumento na expectativa de vida e da redução do número de nascimentos. Ele observou, no entanto, que "alguns pontos" estão provocando insatisfação na base do governo e, por isso, recomendou que "o caminho deve ser o da negociação".

Suplicy afirmou que a reforma contém aspectos positivos e que são reclamados pela sociedade, como a limitação dos altos salários e o fim das aposentadorias superiores aos salários da ativa. Disse que no mundo raramente se paga a aposentados os mesmos salários que os servidores públicos tiveram na ativa. Citou que na França e na Alemanha o aposentado recebe 75% do salário da ativa, mas lá exige-se 37,5 anos e 40 anos de serviço para conseguir este benefício. No Brasil, mesmo com a aprovação desta reforma, o tempo de serviço continuará sendo de 30 anos (mulher) e 35 anos (homem). Para ele, a taxação dos inativos em 11% é uma forma de ajudar a reduzir um pouco as aposentadorias de valores mais elevados.

Só com a contenção do déficit do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e dos gastos dos poderes públicos com seus aposentados e inativos - acrescentou Eduardo Suplicy - será possível estender a previdência às pessoas que hoje sequer têm acesso aos benefícios comuns, como licença-saúde. Observou que a reforma procura aproximar a previdência geral (INSS) da previdência pública por prever que os novos servidores públicos terão direito a se aposentar no máximo com R$ 2.400 - mesmo valor para o INSS.



11/11/2003

Agência Senado


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