Iris de Araújo defende negociação de reforma
A disposição do governo em negociar alterações no texto original da reforma da Previdência não aponta para uma derrota da administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a avaliação da senadora Iris de Araújo (PMDB-GO).
- Estas concessões significam uma vitória não do governo, dos servidores públicos ou de determinado grupo político, mas do Brasil. Pois foi para isso que todos nós lutamos:para que as grandes decisões sobre o destino do país e dos brasileiros sejam apoiadas na negociação e no entendimento - ressaltou a senadora em pronunciamento no Plenário, nesta sexta-feira (11).
A atitude dos governadores contrários à aposentadoria integral do funcionalismo, inclusive para os futuros servidores públicos, uma das principais modificações em relação à proposta de emenda constitucional enviada pelo Executivo, foi criticada por Iris e pelos senadores que a apartearam. -Derrota será se o governo recuar sob pressão dos governadores- afirmou o senador Paulo Paim (PT-RS). -A palavra final tem que ser do Parlamento-.
O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) disse que os governadores estão interferindo de tal forma nas decisões do Congresso Nacional, que -estão lembrando a figura nefasta dos senadores biônicos-. Valadares fez referência a reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal O Globo, segundo a qual o governo aceitou flexibilizar a receita dos orçamentos estaduais, preservando os princípios constitucionais e os recursos destinados à saúde e educação nos municípios. O senador criticou a medida que, segundo ele, permitirá que os governadores possam gastar o dinheiro em -obras eleitoreiras-.
A senadora Iris de Araújo acompanhou as críticas aos governadores. -Eles se revestem de tanto poder que se acreditam únicos e querem legislar-, disse ela. -Todo Parlamento merece respeito-. Ela também sustentou que a negociação da reforma da Previdência tem que ser feita no Congresso Nacional.
11/07/2003
Agência Senado
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