Suplicy: entrada da Venezuela no Mercosul fortalece o bloco
Para o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), a entrada da Venezuela no Mercosul "é, possivelmente, um dos fatos mais significativos da história do bloco". Ao discursar em Plenário nesta quarta-feira (5), ele reconheceu que a incorporação do país governado por Hugo Chávez "provoca controvérsias e gera tensões", mas ressaltou que o fato de a Venezuela ser um país expressivo em termos econômicos, comerciais e energéticos aumenta o peso do Mercosul e fortalece seu poder de barganha em relação a outros países e outros blocos comerciais.
- Sabemos que há setores que temem a influência política e ideológica do presidente Chávez. Esses temores não parecem inteiramente válidos - declarou o parlamentar.
Suplicy argumentou que "a influência conjunta dos demais membros do bloco não permitirá que a agenda ou a retórica do Mercosul seja conduzida pela Venezuela ou qualquer outro país individualmente". E o Brasil, disse ele, "poderá exercer um papel moderador ou apaziguador, como já o fez anteriormente por ocasião de conflitos entre a Venezuela e outros países".
- A entrada da Venezuela no Mercosul representa, antes de mais nada, uma ampliação considerável de mercado - ressaltou o senador.
Citando estudo do Banco Mundial, Suplicy disse que a Venezuela teria gerado uma renda nacional bruta de US$ 128 bilhões no ano passado, e que seria a quarta maior economia da América Latina - depois de México, Brasil e Argentina.
O parlamentar também enfatizou que "não se deve perder de vista o contexto regional mais amplo em que se dá a adesão da Venezuela; a grande contraposição é entre dois projetos distintos de integração: a Área de Livre Comércio das Américas [Alca] e o Mercado Comum do Sul [Mercosul]".
O protocolo de adesão ao Mercosul foi assinado na terça-feira (4), em cerimônia realizada em Caracas que contou com a presença dos presidentes da Argentina (Néstor Kirchner), do Brasil (Luiz Inácio Lula da Silva), do Paraguai (Nicanor Duarte) e do Uruguai (Tabaré Vasquez), além do próprio Hugo Chávez.05/07/2006
Agência Senado
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