Suplicy explica uso de seu gabinete por manifestantes
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) encaminhou à Mesa cópia do ofício que ele enviou ao corregedor da Casa, senador Romeu Tuma (PTB-SP), explicando o motivo de ter autorizado um grupo de 15 pessoas a utilizar seu gabinete na madrugada do dia 9 de setembro. O senador esclareceu que, "por uma questão de respeito à dignidade humana", franqueou os toaletes do seu gabinete aos manifestantes que estavam realizando uma vigília diante do Supremo Tribunal Federal.
De acordo com o senador por São Paulo, algumas pessoas que integravam o grupo que pedia a libertação de Cesare Battisti eram suas amigas há mais de 30 anos. Ele citou, entre elas, Maria de Lurdes Negreiros de Paula, uma senhora com mais de 80 anos. Eduardo Suplicy também informou que as pessoas entraram no Senado acompanhadas pelos senadores José Nery (PSOL-PA) e João Pedro (PT-AM) e dos respectivos chefes de gabinete.
- O andamento do caso dado pelo chefe da Segurança do Senado denotou, na minha avaliação, falta de sensibilidade humana e de espírito público. No caso em questão, penso que teria sido próprio que os responsáveis pela segurança tivessem dialogado com as pessoas da vigília e, em caso de dúvida, deveriam ter telefonado para mim, pois, de pronto, informaria que elas estavam por mim autorizadas - afirmou Eduardo Suplicy.
Imprensa e Senado
No final de seu pronunciamento, Suplicy falou que o presidente José Sarney teria mencionado que a imprensa às vezes aparece como inimiga do Senado. O senador petista opinou que se a imprensa não pudesse chamar a atenção dos fatos, o Brasil não estaria vivendo em uma democracia.
Sarney retificou o que disse Suplicy e negou que em qualquer momento tenha classificado a imprensa de inimiga do Congresso. Ele explicou que seu discurso foi sobre a democracia, tratando desde os seus primórdios até os dias de hoje. O presidente do Senado comentou que também analisou as tendências que existiam no mundo moderno, e que hoje se debate sobre o futuro da democracia representativa.
- Fiz uma dissertação teórica e não coloquei nenhuma coisa circunstancial relativa ao momento que atravessamos nem quis colocar nenhuma palavra que tivesse sentido que contextualizasse o momento atual nem com a imprensa brasileira nem com a imprensa de nenhum lugar. Falei teoricamente sobre aquilo que se discute no mundo inteiro. E para surpresa minha, abri o Le Monde de ontem e encontrei, na internet, a mesma discussão feita na França e ele abrindo as suas páginas para essa discussão - declarou Sarney.
17/09/2009
Agência Senado
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