Suplicy intervém em conflito entre índios acampados na Esplanada dos Ministérios e a Polícia Federal



O Senador Eduardo Suplicy interveio em conflito entre a Polícia Federal e índios de diversas etnias acampados no gramado central da Esplanada dos Ministérios, em frente à pasta da Justiça. A PF pressionava os índios a se retirarem do local.

Suplicy foi até o acampamento quando chegava para o trabalho no Senado, depois de ter sido informado pelo líder do grupo, o guajajara Arão da Providência, de que eles não poderiam se retirar. Motivo: uma adolescente de sua etnia havia menstruado pela primeira vez neste sábado. De acordo com a tradição de sua cultura, ela deveria ficar isolada nos próximos sete dias em uma das barracas do acampamento.

O Senador então ligou diretamente para o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, mas só conseguiu falar com assessores. Estes afirmaram que os índios seriam até recebidos oportunamente pelo ministro, desde que se retirassem e só mantivessem a adolescente no local.

Na ligação, foi oferecida hospedagem e alimentação ou o espaço do estacionamento do estádio Mané Garrincha em troca da transferência do acampamento pelo tempo necessário até a finalização da manifestação. Os índios alegaram que não havia pedido de reintegração de posse, apenas de afastamento e que não pretendiam se retirar.

No meio da tarde, a juíza Maria Cecília Rocha, da 6ª Vara Federal de Brasília, respeitando a tradição dos indígenas, concedeu liminar para que eles permaneçam no local. A liminar suspendeu decisão proferida pela própria juíza, pela manhã, no sentido de que os índios, acampados há seis meses, ficassem a pelo menos mil metros de distância do prédio do Ministério da Justiça. Para cumprir a decisão, a Policia Federal mobilizou um aparato composto de cavalaria, camburões e ônibus.

Índios de 12 etnias diferentes, entre elas a Guajajara (MA), a Atikum, a Xukuru (PE), a Korubo (AC) e a Kraho (TO) estão acampados em protesto contra o Decreto Presidencial 7.056/09 - que extingue 40 administrações regionais, 337 polos indígenas e substitui antigos servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai).



01/06/2010

Agência Senado


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