Suplicy lê nota da Via Campesina sobre conflito no Paraná
Ao discursar em Plenário nesta terça-feira (23), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) leu nota oficial da organização internacional Via Campesina, acerca do conflito ocorrido no dia 21 de outubro, em Santa Tereza do Oeste (PR), que resultou na morte de um sem-terra e de um segurança. De acordo com a nota, o acampamento da Via Campesina foi atacado por "uma milícia armada da Syngenta", que executou, com tiros à queima roupa, um militante do movimento.
De acordo com a nota, continuou Suplicy, a Via Campesina não deteve reféns, como noticiado pela imprensa. A Syngenta é uma empresa multinacional de agronegócios que possui um centro de pesquisas em Santa Tereza do Oeste, e é acusada pela Via Campesina de realizar experimentos transgênicos ilegais no Paraná.
Suplicy anotou que, além do assassinato de Valmir Mota de Oliveira (membro da Via Campesina e do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra - MST), os trabalhadores Gentil Couto Vieira, Jonas Gomes de Queiroz, Domingos Barretos, Izabel Nascimento de Souza e Hudson Cardin foram gravemente feridos.
Por meio da nota, a Via Campesina relata que a milícia era composta por "40 pistoleiros armados" que atacaram o acampamento "para assassinar as lideranças" do movimento. A organização afirma ainda que a milícia é utilizada pela Syngenta por meio "da empresa de fachada NF Segurança, em conjunto com a Sociedade Rural da região Oeste (SRO) e o Movimento de Produtores Rurais (MPR), ligado ao agronegócio".
A Via Campesina, relatou Suplicy, exige a "punição dos responsáveis pelos crimes - principalmente os mandantes - a desarticulação da milícia armada na região e o fechamento imediato da empresa de segurança NF", além de garantia de segurança para as lideranças e membros do movimento.
- Os camponeses seguem na luta para que a área de experimentos ilegais de transgênicos da Syngenta seja transformada em Centro de Agroecologia e de reprodução de sementes crioulas para a agricultura familiar e a reforma agrária - leu Suplicy.
Boxeadores cubanos
No início de seu pronunciamento, Suplicy fez apelo ao presidente de Cuba, Fidel Castro, e às autoridades desportivas cubanas, para que permitam que os boxeadores cubanos Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara participem do Campeonato Mundial de Boxe, que começa nesta terça (23) em Atlanta, nos Estados Unidos.
Ambos os boxeadores abandonaram a delegação cubana nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, mas depois retornaram a Cuba, com ajuda de autoridades brasileiras. Suplicy informou que faz o pedido em conjunto com o ex-campeão mundial de boxe, o brasileiro Éder Jofre.
O Campeonato Mundial de Boxe, acrescentou Suplicy, é classificatório para os Jogos Olímpicos de 2008, na capital da China, Beijing (ou Pequim). O senador também voltou a condenar o bloqueio econômico norte-americano contra Cuba.23/10/2007
Agência Senado
Artigos Relacionados
Suplicy lê nota da Via Campesina sobre conflito no Paraná
Suplicy lê nota do PT sobre conflito na Palestina
Itamaraty divulga nota à imprensa sobre conflito nos países árabes
Suplicy defende posição do Brasil frente ao conflito internacional sobre drogas contra Aids
Alvaro Dias cobra solução para conflito em terras no oeste do Paraná
Osmar Dias alerta para conflito entre índios e proprietários rurais em Umuarama, no Paraná