Suplicy defende posição do Brasil frente ao conflito internacional sobre drogas contra Aids



O senador EduardoSuplicy (PT-SP) destacou em Plenário, nesta sexta-feira (dia 04), a decisão do governobrasileiro de enfrentar os Estados Unidos na polêmica em torno do pagamento de patentesde drogas usadas no tratamento da Aids. Suplicy apelou ao Senado para que apóie a atitudedo Brasil de não se curvar frente aos interesses dos laboratórios norte-americanos,posição já respaldada pela Comissão de Direitos Humanos da Organização das NaçõesUnidas (ONU).

"É preciso que o direito à vida dos doentes de Aids seja mais respeitado que aexigência de pagamento de direito de patentes aos laboratórios", afirmou. Naoportunidade, Eduardo Suplicy traçou um paralelo entre a situação vivida no país com ada África do Sul, objeto de recente análise do Prêmio Nobel de Economia de 1998, oindiano Amartya Sen.

A exemplo do que ocorre no Brasil, o governo sul-africano vem sendo vítima de pressõesde fabricantes de drogas contra Aids pelo pagamento de royalties. "Ao falar doproblema da África, o economista Amartya Sen concluiu ser impossível se sobrepor aquestão das patentes à preservação de vidas", relatou Suplicy.

Apesar de criticar o governo na condução de certas questões, o senador petistareconheceu a disposição dos ministros da Saúde, José Serra, e das RelaçõesExteriores, Celso Lafer, de desafiar os interesses dos laboratórios norte-americanos emfóruns internacionais. Em aparte, os senadores Tião Viana (PT-AC), Eduardo SiqueiraCampos (PFL-TO) e Arlindo Porto (PTB-MG) reforçaram as considerações feitas porSuplicy.

"A política brasileira de combate à Aids se tornou referência mundial por reduziros custos de tratamento e melhorar a qualidade de vida dos doentes", assinalou TiãoViana. Já Eduardo Siqueira Campos comemorou "a vitória da visão humanística sobrea econômica" na ONU, o que teria contribuído para a exclusão dos Estados Unidos daComissão de Direitos Humanos da entidade. Arlindo Porto apelou ao governo brasileiro paraque aplique a política de democratização no acesso a medicamentos não só aospacientes de Aids, mas também aos portadores de outras doenças.
Sexta Feira - 04/05/2001 -PLENÁRIO

Eduardo elogiaprograma de distribuição de remédios anti-Aids

Tião Viana querisenção de IR para aposentados portadores de doenças hepáticas graves

04/05/2001

Agência Senado


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