Suplicy manifesta insatisfação com atitude da embaixadora dos Estados Unidos
Na qualidade de presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) manifestou em Plenário sua insatisfação com a atitude da embaixadora dos Estados Unidos, Donna Hrinak, de preferir responder às perguntas dos senadores da comissão por escrito. Ela esteve presente em reunião da CRE na manhã desta quinta-feira (3) para falar sobre o ataque norte-americano ao Iraque.
- Fico me perguntando o que pensariam os senadores norte-americanos se o embaixador [do Brasil nos Estados Unidos] Rubens Barbosa comparecesse à Comissão de Relações Exteriores e não quisesse responder de viva voz às perguntas, preferindo enviar as respostas, posteriormente, por escrito - ponderou.
Suplicy lembrou que nos últimos cem anos os Estados Unidos fizeram mais de 40 intervenções políticas e armadas no mundo, até mesmo no Brasil, e muitas delas resultaram em apoio a regimes não democráticos.
- Será que os Estados Unidos já esqueceram que fortaleceram o Iraque para que guerreasse contra o Irã? Se acham que estão certos, agora, em invadir o Iraque, têm obrigação de explicar as razões - afirmou Suplicy.
Em aparte, o senador Roberto Saturnino (PT-RJ) disse que a atitude da embaixadora foi de nítido desprezo e desconsideração para com o Senado brasileiro. Segundo ele, Donna Hrinak não sabia o que dizer para justificar o injustificável e preferiu fugir do debate com os senadores.
- Não foi um comportamento digno. Se os militares norte-americanos acharem armas químicas quando ocuparem Bagdá, temos todo o direito de desconfiar - destacou.
Também em aparte, o senador Hélio Costa (PMDB-MG) afirmou que os Estados Unidos têm manifestado, nesta guerra, uma total intolerância à crítica, num comportamento que indica falta de razão. Ele lembrou que o Brasil, ao contrário, quando foi alvo de avaliações negativas em relação à possível eleição de Lula, teve tolerância e tentou responder a todas as objeções, apesar dos imensos prejuízos econômicos causados pela disparada do dólar e do risco Brasil.
03/04/2003
Agência Senado
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