TÁVOLA PEDE MEDIDAS PARA PROTEÇÃO DOS ADOLESCENTES



Ao citar números que considerou aterrorizantes sobre sexo, aborto e Aids entre adolescentes de 10 a 19 anos, o senador Artur da Távola (PSDB-RJ) conclamou hoje (dia 7) o Senado, o governo e a sociedade em geral a definirem uma escala de valores para que seja possível construir um país moderno, garantindo oportunidade e bem-estar para todos. "Não se trata de sonhar como um poeta, isso é um assunto concreto de política que diz respeito a todos nós", alertou.

Távola leu, em plenário, artigo publicado na imprensa com dados do Ministério da Saúde registrando que, no ano passado, um milhão de adolescentes brasileiras ficaram grávidas. "Uma em cada três meninas de até 19 anos no Brasil já é mãe ou está grávida do primeiro filho. Metade desses filhos são indesejados. Como seria de se esperar, o número de abortos também cresce assustadoramente: somente no SUS, chegaram no ano passado 241 mil adolescentes vítimas de abortos quase assassinos".

- Que futuro terá o Brasil com um milhão de adolescentes grávidas por ano? Qual o destino dessas 50% de crianças indesejadas? - indagou Távola. Ele destacou as novas descobertas da ciência mostrando o grande número de patologias que cercam essas condições difíceis para menores e refletiu serem a violência e criminalidade crescentes entre os jovens talvez uma conseqüência desses fatores.

Para Artur da Távola, a precocidade sexual no Brasil está gerando um processo descontrolado, que as famílias e escolas não estão conseguindo controlar. "As estatísticas sobre Aids entre adolescentes mostram que, entre 1990 e 96, os casos entre heterossexuais cresceram 300%. Não é consolo saber que o problema é mundial: dos 30 milhões de infectados com Aids no mundo, 33% estão entre 10 e 24 anos", destacou.

O senador citou o "bombardeio sexual" pela TV, em horários acessíveis a crianças e adolescentes, a publicidade usando sexo para vender qualquer produto e a ênfase excessiva no consumo a qualquer custo como algumas das distorções dos valores básicos da sociedade que estão trazendo a precocidade sexual ao país e suas conseqüências danosas. "O inimigo silencioso é muito mais poderoso do que parece", alertou.

Em apartes, os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB) e Lúcio Alcântara (PSDB-CE) concordaram com as preocupações de Távola, citando a legislação sobre planejamento familiar como uma iniciativa que pode minorar o problema. Segundo eles, "as escolas e as associações civis também podem colaborar no esforço de combater o sexo excessivamente presente na TV".



07/05/1998

Agência Senado


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