Taxa de juros vai continuar a cair até chegar a um dígito, diz Banco Central



O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) indicou que a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, vai continuar sendo reduzida até chegar a um dígito. Segundo a ata da última reunião do Copom, divulgada nesta quinta-feira (26), o aumento da oferta de recursos externos e a redução no seu custo de captação estão contribuindo para a queda da taxa, atualmente em 10,50% ao ano.  

Os recursos externos ajudam a financiar os investimentos das empresas brasileiras e a manter o crescimento do País, entre outros fatores. Além disso, diz o Banco Central, a inflação ainda mostra sinais mais favoráveis de queda. A ata diz que houve “mudanças estruturais significativas na economia brasileira”.  A última reunião do Copom, realizada no dia 18 deste mês, decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual para 10,5% ao ano. Foi o quarto corte seguido de 0,5 ponto percentual.

Segundo o Copom, essas mudanças “determinaram recuo nas taxas de juros em geral, e, em particular, na taxa neutra [juro real que permite o crescimento, sem pressões nos preços]”. “Apoiam essa visão, entre outros fatores, a redução dos prêmios de risco, consequência direta do cumprimento da meta de inflação pelo oitavo ano consecutivo, da estabilidade macroeconômica e de avanços institucionais.”

O Copom acrescenta que “o processo de redução dos juros foi favorecido por mudanças na estrutura dos mercados financeiros e de capitais, pelo aprofundamento do mercado de crédito bem como pela geração de superavits primários [economia para o pagamento de juros da dívida pública] consistentes com a manutenção de tendência decrescente para a relação entre dívida pública e PIB [Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no País]”.

Para o Comitê, “todas essas transformações caracterizam-se por um elevado grau de perenidade – embora, em virtude dos próprios ciclos econômicos, reversões pontuais e temporárias possam ocorrer”. O Copom considera ainda que as transformações “contribuem para que a economia brasileira hoje apresente sólidos indicadores de solvência e de liquidez”. 

O Copom avalia que têm contribuído para a redução das taxas de juros no País, o aumento da oferta de recursos externos e a redução no seu custo de captação.

Além disso, a desaceleração da economia brasileira no segundo semestre do ano passado maior do que se esperava e a postergação de uma solução definitiva para a crise financeira europeia também contribuem para a redução da Selic. “O Copom atribui elevada probabilidade à concretização de um cenário que contempla a taxa Selic se deslocando para patamares de um dígito”.

 

Fonte:
Banco Central
Agência Brasil



26/01/2012 11:11


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