Tebet anuncia reunião da CAE na próxima quinta-feira
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) volta a se reunir na quinta-feira (29), a partir das 10h, para examinar autorização de empréstimo para Curitiba e as metas da política monetária para o primeiro trimestre deste ano, conforme anunciou o presidente da comissão, senador Ramez Tebet (PMDB-MS), ao encerrar a audiência pública com representantes dos Ministérios da Justiça e da Fazenda e do Banco Central nesta terça-feira (27). Tebet informou ainda que a CAE prosseguirá com os debates públicos sobre o projeto de Lei de Falências aprovado na Câmara dos Deputados e do qual é relator no Senado.
Durante a segunda audiência pública da CAE, o senador César Borges (PFL-BA) criticou o preço elevado que a sociedade brasileira vem pagando com o ajuste econômico promovido pelo governo, que resultou em um crescimento da economia nacional próximo a zero no ano passado. Ele destacou matéria veiculada pelo jornal Folha de S. Paulo neste final de semana, apontando a queda de renda do trabalhador e o aumento do desemprego.
César Borges chamou atenção para a "fragilidade e instabilidade" da economia, já que os investimentos no país têm sido mais especulativos do que voltados para o setor produtivo. E lembrou a avaliação do megainvestidor George Soros de que o Brasil precisaria ser menos conservador e adotar uma política menos neoliberal, ousando mais.
Em resposta, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Afonso Bevilaqua, informou que a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) deve ser de 0,3% e que o preço pago pelo ajuste econômico foi menor do que em outros países, que amargaram índices negativos, enfrentando expressiva retração das suas economias.
O diretor do BC defendeu uma política econômica "responsável e cautelosa", como a atual, capaz de garantir um crescimento econômico sustentado no médio e no longo prazos.
- As empresas só contratam quando há sinais claros de um ciclo econômico sustentado. A ousadia tem preço. Ela é uma característica importante em uma série de atividades, mas não sei se se aplica em gestão de política econômica - sublinhou.
27/01/2004
Agência Senado
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