Tebet mudou voto porque governo não cumpriu promessa



O senador Ramez Tebet (PMDB-RS) acusou o governo de não ter cumprido até agora a promessa de levar sua base na Câmara a votar a chamada "reforma paralela", que está pronta para exame pelos deputados. Em protesto, ele anunciou que votaria contra a medida provisória que regulamenta a reforma da Previdência, depois de ter votado favorável à reforma, em dezembro passado.

- Muitos aqui votaram a favor da reforma da Previdência porque o governo se comprometeu com a "emenda paralela". E o que estamos vendo? Estamos vendo má vontade das lideranças governistas na Câmara com "paralela". Sou cobrado constantemente, até nas ruas, por minha posição. Eu sempre digo: esperem, porque algumas vantagens retiradas dos servidores vão voltar com a PEC paralela - afirmou.

O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM) sustentou que os senadores "foram traídos por este governo que não cumpre promessas". Alertou que "há uma frustração brutal na base governista, que não agüenta mais engolir sapos". Já Heloísa Helena (sem partido-AL) disse que o governo continua gastando "pouco na área social e muito com os banqueiros". Já a senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA) manifestou esperança de que a "paralela ainda será aprovada pelos deputados".

Sérgio Guerra (PSDB-PE), Efraim Morais (PFL-PB), Agripino Maia (PFL-RN), Alvaro Dias (PSDB-PR), Jorge Bornhausen (FL-SC) e Magno Malta (PL-E) também fizeram críticas ao governo. Magno Malta se disse frustrado com o governo por ter impedido a instalação da CPI dos Bingos, de sua autoria. Como líder do PL, ele liberou sua bancada, mas anunciou voto contrário à MP.

O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), defendeu a regulamentação, observando que ela apenas detalha a reforma da Previdência. Disse que as mudanças previdenciárias têm o apoio e são esperadas pelos 27 governadores e pelos mais de 5.500 prefeitos do país. O relator-revisor do projeto de conversão, senador Tião Viana (PT-AC), lembrou que a reforma isentou da cobrança de previdência cerca de 87% dos inativos do país.



19/05/2004

Agência Senado


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