Tebet pede a colaboração dos senadores de todos os partidos



Em sua primeira entrevista coletiva depois de eleito presidente do Senado, nesta quinta-feira (dia 20), o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) apontou o fortalecimento do Legislativo e do Senado como a prioridade de sua gestão. Embora tenha reconhecido que assume "num momento de intensa responsabilidade, em que a Casa enfrenta crises", o senador disse estar certo de que elas serão superadas pelo diálogo, "com a colaboração de todos os senadores, independente de partido político, porque o Senado da República tem grandeza".

- Não há como exigir unanimidade numa casa política - disse, referindo-se à votação que o elegeu - mas o que pode trazer paz à Casa é a compreensão de todos do momento difícil que nós vivemos, é a condução dos trabalhos dentro do regimento, é a discussão das grandes idéias e das grandes causas.

Tebet disse que sentiu-se confortado pela declaração das lideranças da oposição de que o voto em branco dos oposicionistas não se deveu a qualquer restrição pessoal ao seu nome, e garantiu que pretende "trabalhar democraticamente, ouvindo a Casa". Ele ressaltou que o presidente é o representante da Casa, e, tanto quanto possível, deve conversar com as lideranças, acrescentando que seu gabinete estará aberto a todos os parlamentares.

O senador disse que pretende apenas "cumprir a lei" quando o processo referente ao senador Jader Barbalho chegar à Mesa. Ele garantiu que sua eleição aconteceu por um acordo partidário, que nada teve a ver com questões em exame no Conselho de Ética. Tebet disse que não iria fazer qualquer juízo sobre o andamento da matéria no Conselho de Ética, porque o assunto não lhe compete.

- Quando chegar à Mesa, vou obedecer a minha consciência e ao regimento. Não vou decidir sozinho. O regimento diz que é uma decisão da Mesa, e eu vou cumprir o regimento. Vou proceder como procedi quando presidi o Conselho de Ética - prometeu, fazendo referência a sua atuação no caso da violação do painel eletrônico do Plenário, que resultou na renúncia de José Roberto Arrruda e Antonio Carlos Magalhães.

Tebet negou qualquer ingerência do Planalto em sua escolha para o cargo, e deu sua receita para apaziguar a Casa: "contribuir para o entendimento, cumprindo o regimento e a lei e conversando com todo mundo, discutindo os grandes problemas e procurando fazer uma boa pauta para o Senado para que os bons projetos tramitem".

O senador salientou que não teme pressões e nem ser "a bola da vez", dizendo ter a consciência tranqüila. Ele frisou, no entanto, que a política "não pode continuar por caminhos tortuosos".

- Eu não tenho nada a temer na minha vida, graças a Deus, mas espero que a classe política procure atuar com o máximo de responsabilidade. E qualquer ato meu haverá de ser analisado pela Casa e pela sociedade - afirmou.Quanto à possibilidade de que a coligação PMDB-PSDB que o elegeu continue para a disputa da sucessão presidencial, Tebet esclareceu que a aliança foi feita para a disputa da Presidência do Senado, não podendo prever nada para o futuro. Ele disse também que não pretende mandar trocar a cadeira do presidente, porque não acredita que um objeto material tenha qualquer influência no sucesso de sua missão.

O novo presidente do Senado assegurou que não alimenta qualquer tipo de projeto de vingança política contra o ex-senador Antonio Carlos Magalhães, que o chamou de "rábula do Pantanal".

- Eu não gosto de voltar ao passado, e dou o caso como encerrado, mas quero dizer que tenho muito orgulho em ser do Pantanal. Quanto a rábula, gostaria de ser um rábula como Machado de Assis e outros tantos que, não tendo título, tinham competência. Eu, que tenho o título de bacharel em Direito, preferia ter mais competência do que tenho, porque aquele que acha que tem competência é porque não sabe nada. Vingança é um sentimento que não abrigo no meu coração. O passado é passado - afirmou.

20/09/2001

Agência Senado


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