Tebet pede repressão ao crime e recebe apoio de senadores



A aparente banalização da violência, que estaria provocando letargia na sociedade brasileira, levou o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) a pedir que o Estado recupere e faça valer a sua autoridade. Em aparte, vários senadores apoiaram o discurso de Tebet e manifestaram sua preocupação com o crescimento da violência

- A população precisa ver a polícia na rua enfrentando essa onda avassaladora de violência - disse Tebet, para quem o Estado precisa "aplicar repressão, mesmo".

O senador disse que as pessoas estão perguntando se "a bandidagem está vencendo o poder público", frisando que a sociedade precisa saber que o poder público é mais forte que o crime organizado e o narcotráfico. Ele reconheceu que a violência tem causas sociais, mas observou que não é apenas isso.

Tebet ressaltou que violência está alterando até mesmo a expectativa de vida da população, lembrando que, de acordo com dados oficiais, os jovens entre 15 e 34 anos são as maiores vítimas.

- O narcotraficante encontra terreno fértil nas favelas porque seus habitantes estão abandonados pelo Estado. As pessoas acabam sendo gratas aos traficantes porque eles assumem o papel do Estado nas favelas - assinalou.

O senador Jefferson Peres (PDT-AM) disse que é "uma falácia" tentar explicar com a miséria o alto índice de criminalidade e violenta nos grandes centros urbanos.

- Os crimes devidos à miséria são os pequenos furtos e assaltos e não essa guerra de quadrilhas, enfrentando o poder público, que temos assistido. Existe uma falência da autoridade pública no Brasil. A sociedade está refém do crime organizado - afirmou.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse estar estupefato com recentes declarações de integrantes do governo afirmando que os índices de violência estão diminuindo. "Não sei onde buscam tanta coragem para tamanha desfaçatez", afirmou.

O senador César Borges (PFL-BA) lembrou que não é por falta de leis que não se combate a violência, pois o Congresso Nacional aprovou leis como o Estatuto do Desarmamento e a permissão para que as Forças Armadas participem de operações policiais. Para ele, o que falta é a alocação de recursos financeiros para treinamento e capacitação as polícias. Ele lembrou que o governo liberou, este ano, apenas 34% do Fundo Nacional de Segurança.

O senador Delcidio Amaral (PT-MS) perguntou quando é que o Congresso vai começar a discutir a lei de fronteiras. O projeto de lei está sendo preparado pelo Ministério da Integração Nacional, mas até agora o Congresso "não teve notícias dele", disse o senador.

O senador Magno Malta (PL-ES) lembrou que o Espírito Santo está enfrentando o crime organizado comandado de dentro das penitenciárias, com a colaboração do governo federal. Ele só não concordou com o fechamento das escolas, por acreditar que isso "fortalece o bandido".



02/12/2004

Agência Senado


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