Técnica garante segurança a bailarinos



Trata-se do Pas-de-deux, dança em casal no balé clássico

Milton Coatti, de 26 anos, também percebeu que para se integrar à nova instituição era preciso se “mostrar pronto a fazer de tudo”. Ficou com receio de não conseguir por causa da técnica clássica, mas a disposição o fez suplantar as dificuldades. “Um salário como esse é muito difícil conquistar, ainda mais com carteira assinada”, afirma.

O Pas-de-deux (técnica de dança em casal no balé clássico) garantiu maior segurança ao bailarino. No final, já estava à vontade. “Pelo que observei, o perfil será de um grupo com alto nível técnico e muita maleabilidade”.

O menino de Diadema começou a dançar só aos 16 anos, por ter medo de que os pais não aprovassem a escolha. Descobriu o interesse fazendo teatro na escola. Foi eleito o melhor ator do espetáculo, que era um musical, mas gostava mesmo era da parte relacionada à dança. Adquiriu experiência como estagiário nas Companhias Deborah Colker e Cisne Negro.

Como profissional, trabalhou em musical, apresentou solo em um evento do Centro Cultural São Paulo e passou por algumas companhias até ingressar na Danças de Diadema, onde atua há um ano, inclusive como coreógrafo. Mas não pensou duas vezes para aceitar a nova proposta de trabalho. “Não há muito espaço para a dança. Essa é uma grande chance de poder contar com estrutura financeira e artística para aperfeiçoá-la. Espero que as pessoas gostem muito de assistir à Companhia”, torce. 

De malas prontas 

A paulistana Dulcinéia Barbosa Braz Cavalcante está com as malas prontas para voltar à sua cidade natal. Aos 30 anos, já circulou muito para dançar. Em 1997 foi para Recife, onde mora atualmente, mas não ficou só por lá. Passou por outras cidades, ao encontro de oportunidades na sua profissão. Agora volta a São Paulo, mesmo casada com um recifense que, por hora, vai ficar.

“Já estamos acostumados com isso. Ele sempre me dá força”, conta a bailarina que enfrentou testes para o Municipal de Bailados dos 8 aos 11 anos, para começar a prática, e não parou mais. O retorno à capital paulistana é para assumir a vaga conquistada na Companhia de Dança, que ela considera uma oportunidade rara. “É o que a gente busca, possibilidade de se sentir seguro para praticar a dança, além de espaço para mostrar o trabalho”, define.

Duda Braz, como é conhecida artisticamente, ficou sabendo da seleção pela Internet e, em busca de informações para participar, descobriu que os testes seriam realizados na academia em que trabalhava. Diz ter se sentido muito bem durante as audições. “Os testes foram profissionais, muito diretos. A única insegurança que senti foi com relação à idade, mas logo percebi que os critérios da Companhia não compreendiam esse aspecto. A busca era pela versatilidade”, explica (SM).