Técnica reduz janela imunológica em testes de Aids



Trata-se do período em que o exame sorológico pode não identificar anticorpos de HIV

A Secretaria da Saúde prepara uma nova tecnologia para testar bolsas de sangue nos hemocentros. O objetivo é reduzir a ocorrência da janela imunológica, período em que o exame sorológico utilizado atualmente no Brasil pode não identificar anticorpos de HIV e hepatite C na corrente sanguínea, produzindo o chamado falso-negativo.

O Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, unidade estadual, deverá iniciar nas próximas semanas a fase piloto para a implantação do NAT (Nucleic Acid Test), já utilizada em países desenvolvidos, pela qual é possível em cerca de 50% a janela imunológica nos testes de HIV, passando de 22 para 11 dias. No caso dos exames de hepatite C, o tempo cai de 70 para 12 dias, o que representa redução de 82%.

Cerca de R$ 500 mil foram investidos pela Secretaria para compra de equipamentos de biologia molecular, e outros R$ 20 mil na compra de 10 mil kits reativos que deverão chegar nos próximos dias da Alemanha. A expectativa é adotar o NAT a partir do próximo ano nos demais hemocentros, após avaliação dos resultados do projeto piloto, que deve durar entre seis e oito meses.

Com o novo método será possível realizar testes de sangue mais precisos a um custo até 70% inferior àqueles oferecidos por empresas que importam o produto para comercialização no mercado nacional. Um dos objetivos é utilizar o NAT para testar o sangue encaminhado para fracionamento na Unidade de Processamento de Plasma que está sendo construída no Instituto Butantan, em São Paulo.

A implantação da nova metodologia em São Paulo será possível graças a um acordo de cooperação técnica firmado em 2007 entre a Secretaria e o governo da Catalunha. Profissionais do HC de Ribeirão foram treinados pelos técnicos espanhóis para dominar a aplicação da tecnologia NAT.

“São Paulo vai dar um salto de qualidade na análise das bolsas de sangue coletadas pelos hemocentros. Além disso, esse intercâmbio permitirá desenvolver uma tecnologia moderna a um custo bem inferior ao praticado atualmente”, afirma o coordenador da hemorrede da Secretaria, Osvaldo Donini.

Da Secretaria da Saúde



11/06/2008


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