Técnicos alertam para importância da supervisão das obras de transposição do São Francisco
Representantes da Controladoria Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU) confirmaram, nesta quarta-feira (12), a previsão do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, de que em 2015 o projeto de transposição do rio São Francisco estará concluído. Os técnicos, entretanto, fizeram um alerta: o prazo só será comprido se houver melhoria na gestão de contratos por parte do ministério e o reforço na supervisão e no acompanhamento dos trabalhos.
- Por mais que haja licitações bem acabadas e contratos bem formulados, o que vai determinar o prazo é o sucesso do modelo de gestão apresentado. Já houve déficits de gestão consideráveis no projeto. A questão financeira não tem se mostrado obstáculo: o fluxo é recorrente, e as empresas têm interesse em executar a obra e têm interesse em receber – afirmou o diretor de Auditoria da área de Infraestrutura da Secretaria Federal de Controle da CGU, Luís Cláudio de Freitas.
Ele participou, nesta quarta-feira (12), de mais uma audiência da comissão especial externa que acompanha as obras de transposição do chamado Rio da Integração Nacional. Na terça-feira (11), os senadores receberam o ministro Fernando Bezerra, que previu a conclusão do projeto em três anos.
A secretária da 4ª Secretaria de Fiscalização e Obras do Tribunal de Contas da União, Juliana Pontes Monteiro de Carvalho, concordou com o representante da CGU. Segundo ela, a melhoria na gestão de contratos, bem como a supervisão e o gerenciamento são fundamentais:
– O projeto pode ser bem feito, bem formulado e coerente; mas se não houver o devido acompanhamento e fiscalização, certamente haverá atrasos e paralisações – acrescentou.
Projeto
A integração do rio São Francisco com bacias hidrográficas do Nordeste tem o objetivo de levar água a municípios do agreste e do sertão de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Orçado atualmente em R$ 8,2 bilhões, o projeto inclui a construção de 700 quilômetros de canais.
A iniciativa, entretanto, é polêmica. Os críticos apontam possíveis danos ambientais e o alto custo do empreendimento, que beneficiaria somente grandes fazendeiros e latifundiários, sem resolver o problema da população carente que precisa da água para sobreviver.
A Comissão Especial Externa para o Acompanhamento dos Programas de Transposição e Revitalização do Rio São Francisco foi proposta por Cícero Lucena (PSDB-PB), eleito vice-presidente. O presidente é Vital do Rêgo (PMDB-PB); e o relator, Humberto Costa (PT-PE), que tem colhido subsídios das audiências para elaborar seu relatório.
12/12/2012
Agência Senado
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