DUTRA COBRA DE FERNANDO BEZERRA ESTUDOS TÉCNICOS SOBRE TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO



O senador José Eduardo Dutra (PT-SE) cobrou hoje (dia 28) do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, o compromisso assumido em 18 de janeiro com a bancada de Sergipe de enviar aos parlamentares os vários estudos já realizados sobre a transposição das águas do rio São Francisco. Em 10 de fevereiro, em sessão solene pelo aniversário da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) realizada no plenário do Senado, o senador lembrou ao ministro que aguardava o envio dos estudos e novamente Fernando Bezerra assegurou que providenciaria a remessa.
O compromisso resultou de reunião realizada em janeiro na Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), para a qual o ministro convidou representantes de Sergipe para a exposição do projeto de transposição elaborado pelo governo. Estiveram presentes, informou Dutra, o governador Albano Franco, a bancada federal de Sergipe, deputados estaduais e o bispo da região do Baixo São Francisco.
Na ocasião, relatou, fez questão de alertar que a exposição e o material distribuído aos participantes do encontro tratava predominantemente da transposição, "com duas ou três linhas" sobre a revitalização do rio, mas defendeu que aquela reunião deveria ser o início de um debate amplo e fundamentado entre todos os envolvidos com a questão.
Dutra enfatizou que a transposição não pode ser tratada de forma passional, para que não se chegue ao absurdo de ver estados nordestinos brigando entre si. A seu ver, Bahia, Sergipe e Alagoas, banhados pelo rio, não podem caminhar para uma posição do tipo "o rio é meu e ninguém tasca", mesmo porque Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte fazem "um pleito legítimo".
No entanto, ponderou, o São Francisco exige um projeto de revitalização. Ele ressaltou que, quando da construção das hidrelétricas, o principal argumento foi o de que as usinas não causariam qualquer problema ao rio, o que não aconteceu, pois elas provocaram sua morte. Hoje o argumento é praticamente o mesmo, acentuou, pois dizem que levar a água do São Francisco ao Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte implicará em redução de apenas 3% da vazão atual.
- Quem garante que esses 3% não serão o tiro de misericórdia? - questionou. Insistindo em esclarecer que seu questionamento nada tem de paroquial e repetindo sua opinião sobre a legitimidade da reivindicação dos estados que não são banhados pelo rio, Dutra reafirmou que a transposição e a revitalização do São Francisco são problemas que não devem ser tratados de forma isolada, nem de maneira diferenciada. "Um e outro devem ter o mesmo peso", reiterou.

28/04/2000

Agência Senado


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